Baixa presença derruba sessão da CPI mista da Petrobras Quórum necessário era de 17 parlamentares; 11 compareceram. CPI tem quase 400 requerimentos em pauta à espera de votação.
A baixa presença de parlamentares em meio à Copa do Mundo e às vésperas da campanha eleitoral derrubou a sessão desta quarta-feira (2) da CPI mista (deputados e senadores) criada para investigar a Petrobras – a outra CPI da Petrobras, exclusiva do Senado, realizou sessãonesta quarta.
É a segunda tentativa frustrada da comissão mista de aprovar requerimentos de pedido de informação e de convocação de testemunhas.
Dos 32 deputados e senadores, 11 compareceram à reunião, que nem chegou a ser aberta pelo presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
A sessão estava marcada para as 14h e, às 14h36, sem o quórum mínimo de 17 parlamentares necessários para deliberações, o presidente anunciou a suspensão. Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira (9).
Na pauta da CPMI há quase 400 requerimentos, entre os quais dois que pedem a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff, ambos presos pela Polícia Federal na operação Lava Jato.
A CPI mista funciona paralelamente a outra comissão de inquérito também destinada a investigar a Petrobras, essa exclusiva dos senadores.
A CPI do Senado, porém, é boicotada pela oposição, que se concentra no colegiado misto por entender que, com deputados, a investigação da estatal poderá ser mais aprofundada.
Nesta quarta-feira, somente um senador, o presidente Vital do Rêgo, registrou presença.
Entre os deputados, compareceram Sandro Mabel (PMDB-GO), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), José Carlos Araújo (PSD-BA), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Rubens Bueno (PPS-PR), João Magalhães (PMDB-MG), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Izalci (PSDB-DF) e João Carlos Bacelar (PR-BA).
O relator da CPI mista, deputado Marco Maia (PT-RS), disse que o funcionamento da comissão não depende da aprovação dos requerimentos pendentes. Ele chegou à sessão pouco depois que o presidente já havia anunciado a suspensão. Por isso, não registrou presença.
“Há mais de 200 requerimentos já aprovados. Então, a CPI pode andar sem a votação de novos requerimentos porque temos aprovada já a convocação de muita gente”, justificou o relator.
O líder do Solidariedade na Câmara, Fernando Francischini (PR), disse que a baixa presença dos parlamentares é resultado do “jogo” que o governo fez para postergar a instalação da comissão mista.
“Usando todo tipo de subterfúgio de protelação, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o governo conseguiram empurrar a CPMI para o meio da Copa do Mundo, das eleições e até das festas juninas nordestinas. O governo trabalhou bem para esvaziar essa comissão”, reclamou o deputado.
Alguns governistas integrantes da comissão estavam no Senado no momento da reunião, mas não compareceram à sessão, como Humberto Costa (PT-PE), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Aníbal Diniz (PT-AC) e José Pimentel (PT-CE).
Eles participaram da reunião da CPI do Senado, mais cedo, quando a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Magda Chambriard, falou sobre segurança de plataformas de petróleo, um dos eixos de investigação da comissão.
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