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Politica Brasil
Sexta - 11 de Julho de 2014 às 21:58

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A Match, empresa responsável pela venda de ingressos da Fifa na Copa do Mundo, divulgou uma nota nesta sexta-feira (11) e afirmou acreditar que o termo “foragido” não seja apropriado ao CEO da empresa Raymond Whelan. O executivo teve a prisão preventiva decretada nesta quinta (10) pela Justiça, mas deixou o Copacabana Palace, onde estava hospedado, momentos antes de a polícia chegar.

“Entendemos que qualquer acusado no Brasil tenha o direito fundamental de resistir a uma coação que ele acredita ser arbitrária e ilegal”, dizia a nota, que nega a fuga.

A Polícia Civil do Rio considera que o CEO está foragido com o auxílio do advogado desde quinta-feira (10). A Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e agentes da Interpol foram acionados para impedir uma possível fuga de Whelan do país.

Dos 11 denunciados por integrar a quadrilha, o executivo inglês era um dos dois que estava em liberdade graças a um habeas corpus concedido terça-feira (8). O outro era o taxista Marcelo Pavão da Costa Carvalho, que se entregou à polícia e foi levado nesta sexta para o presídio de Bangu, onde estão os outros nove presos.

“Sr. Whelan não foi convocado para retornar à 18ª DP em 8 de julho, nem foi solicitado a permanecer no hotel Copacabana Palace na pendência de mais investigações após sua soltura inicial”, afirmava outro trecho da nota.

Recurso negado
Um recurso impetrado pelo advogado de Whelan contra a prisão preventiva decretada contra o inglês foi negado pela Justiça do Rio. A defesa do executivo da empresa de venda de ingressos da Copa alegava que a prisão preventiva conflitava com o habeas corpus que havia sido concedido em prol dele depois que uma prisão temporária foi decretada. A GloboNews teve acesso ao documento e mostrou que a Justiça teria alegado garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal, efetiva aplicação da lei penal e a suspeita de comportamento virtuoso e compatível com a pretendida liberdade para negar o habeas corpus.

As buscas por Whelan foram iniciadas depois que a Justiça aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público e decretou a prisão preventiva de 11 acusados. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, os 11 acusados vão responder pelos crimes de cambismo, organização criminosa, desvio de ingresso e corrupção ativa. Dos 12 indiciados pela polícia, apenas o advogado José Massih não teve a prisão preventiva decretada nem foi denunciado pelo MP, por estar colaborando com as investigações. Massih foi solto nesta sexta.

Desvio de ingressos Fifa esquema arte cronograma (Foto: Editoria de Arte / G1)

O esquema
Deflagrada no dia 1º de julho, a operação da 18ª DP prendeu 12 pessoas. No dia 1º, 11 suspeitos foram detidos no Rio e em São Paulo. Na segunda (7), Whelan foi preso por suspeita de ser o facilitador da obtenção dos ingressos.

Com a listagem de celulares da Fifa em mãos, um dos agentes policiais digitou no aparelho celular apreendido do argelino Lamíne Fofana o prefixo 96201, que precede os telefones da entidade. Apareceu, então, o nome "Ray Brazil", para o qual havia 900 registros entre telefonemas e mensagens. Ao todo, a operação está lendo e escutando 50 mil registros telefônicos, dos quais mais de 50% já foram apurados.

Segundo as investigações, três empresas de turismo localizadas em Copacabana, interditadas pela polícia, faziam contato com agências de turismo que traziam turistas ao país e vendiam ingressos acima do preço.

Eram ingressos VIPs, fornecidos como cortesia a patrocinadores, a Organizações Não Governamentais (ONGs) e também destinados à comissão técnica da Seleção Brasileira – desde bilhetes de camarotes até entradas de assentos superiores. Uma entrada para a final da Copa no Maracanã chegava a custar R$ 35 mil e a quadrilha faturava mais de R$ 1 milhão por jogo.

Segundo a polícia, Fofana também conseguia entradas vendidas pelos agentes oficiais da categoria "hospitalidade", pacotes de luxo, controlados pela Match Hospitality. Até carro forte foi usado para abastecer a quadrilha que vendia entradas para todos os jogos da abertura à final do torneio.

Segundo o delegado Fábio Barucke, responsável pelo caso, os presos já atuaram em pelo menos quatro mundiais e estimativas apontam que a quadrilha poderia movimentar cerca de R$ 200 milhões por Copa do Mundo.

Presos
Além de Fofana, estão presos o policial militar reformado Oséas do Nascimento; Alexandre Marino Vieira; Antônio Henrique de Paula Jorge, um dos contatos de Fofana no Brasil (antes de ser preso, Henrique tentou retirar de um banco R$ 177 mil em dinheiro vivo); Marcelo Pavão da Costa Carvalho; Sérgio Antônio de Lima, que teria tentado subornar um dos agentes; Ernane Alves da Rocha Júnior; Júlio Soares da Costa filho; Fernanda Carrione Paulucci e Alexandre da Silva Borges.





Fonte: Do G1 Rio

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