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Politica Brasil
Sábado - 02 de Agosto de 2014 às 13:53

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O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, aproveitou sua participação em sabatina com empresários na quarta-feira para atacar a forma como a política é conduzida no Brasil. Durante o Diálogo da Indústria com Candidatos, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Campos afirmou que o Brasil não “aguenta” mais um ciclo eleitoral com a participação de políticos influentes no cenário político atual.

“Não quero dizer que tenhamos condições de resolver todos os problemas, mas é começar a fazer a transição para outro patamar”, disse o candidato, alegando que a disputa presidencial “não deve estar circunscrita entre o vermelho e o azul”, em referência à polarização entre PT e PSDB. “O Brasil não aguenta mais quatro anos acompanhado de (José) Sarney, (Fernando) Collor e de Renan (Calheiros)”, disse.

De acordo com Eduardo Campos, uma reforma política é necessária para a mudança na condução do governo brasileiro. “Só ela vai dar a possibilidade de se governar de outras formas. Não são necessários 39 ministérios, não são necessários mais de 22 mil cargos comissionados ou ficar ajoelhado à chantagem política”, afirmou.

Campos atacou o que chamou de “presidencialismo de coalizão”, mas não deixou claro como comporia seu governo em caso de vitória. Ele também defendeu mudanças nas indicações das agências reguladoras. “Não se pode encher as agências reguladores de setores estratégicos com apadrinhados políticos”, disse, sugerindo o uso de caça-talentos para buscar gestores dessas autarquias.

Em entrevista ao final da sabatina, Campos disse ter confiança em uma mudança no voto neste ano ao citar uma renovação nas candidaturas ao Congresso. O candidato defendeu uma coalizão para “Creio que vai vir uma mudança muito importante do voto, do exercício da cidadania brasileira, que nos ajude a ter um Congresso e uma governança do executivo capaz de fazer alianças em torno de programas”, disse.

“É possível fazer governo assim desde que a gente não submeta o Brasil à mesma polarização que imponha os polos às mas companhias, que sufocam os avanços da democracia, o aperfeiçoamento da governança e distanciam a sociedade da políticadiscutir projetos, e não governos", acrescentou.

O presidenciável se colocou como uma opção para o momento após a crise financeira internacional de 2008. "Nós não podemos deixar o País sem outra opção. (...) O mundo vive um pós-crise desafiador. O Brasil está parado, o Brasil está patinando a menos de 1%, com inflação no teto, com juros reais elevados e empregos derretendo. Não é possível que a nação entenda que não tem outra força política", disse a jornalistas após o evento com empresários.

A exemplo de outras oportunidades, Eduardo Campos prometeu, se eleito, enviar em sua primeira semana de mandato o projeto de lei com proposta de reforma tributária para o Congresso Nacional. Para ele, o trâmite dessa matéria de tamanha complexidade exigirá mais tempo de debate. “Não dá para a gente fazer a reforma do dia para a noite”, disse.

“Serei o presidente da República que enviará o projeto da reforma na primeira semana de governo ao Congresso Nacional e acompanharei a articulação pessoalmente”, prometeu o candidato do PSB. Ele também se comprometeu a não aumentar a carga tributária e também a combater a cumulatividade de impostos na cadeia produtiva.

Para Campos, a reforma tributária deve ser feita em etapas e firmada em três eixos: justiça fiscal, desoneração de investimento e fim da cumulatividade de tributos.“Serei o primeiro presidente do ciclo democrático que não vai aumentar a carga tributária no País”, disse a uma audiência empresarial.

O candidato pessebista prometeu ainda aumento dos investimentos em infraestrutura segundo proporção do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todas as riquezas produzidas no País). Pela primeira vez, ele citou o percentual que investirá do PIB no setor, em caso de eleição. A cifra é a mesma sugerida há dois dias pela CNI aos candidatos: 5%.

“Desde 2002, a infraestrutura pública e privada não passa de 2,5% do PIB. Temos de alavancar para 3,5% a 5% do PIB, que é o patamar ideal”, afirmou.

Pela primeira vez também, Campos criticou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fiador da campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição. “Num determinado momento, atrasamos o processo de concessão e de parcerias público-privadas e foi uma falha no segundo governo Lula. Quando fomos fazer no governo Dilma, fizemos de maneira atravessada, num ambiente de troca de marco regulatório e num ambiente que parecia preconceito com concessão”, disse.

Campos também sugeriu que um dos problemas dos investimentos logísticos no País se deve à insegurança jurídica. “Se você ver as regras sendo alteradas a cada tempo, é óbvio que você pensa duas vezes (antes de investir)”, afirmou o candidato.

O presidenciável defendeu uma política de preços definidas para reajuste de combustíveis e sugeriu que a presidente Dilma Rousseff está segurando o preço dos combustíveis e da energia até outubro, nas eleições.

"Acho que o governo atual está segurando até outubro. Eu prefiro responder com mais precisão em novembro próximo, depois das eleições, depois do segundo turno. O Brasil está vivendo um momento em que o governo manda as empresas do setor elétrico tomar dinheiro emprestado (...) quando vão pagar esse empréstimo? Depois da eleição", disse, ao ser questionado em entrevista coletiva sobre um eventual reajuste de preço de combustível caso eleito.

"É preciso ter uma politica de preços definida que não possa ser objeto da intervenção do Estado, que, de um lado toca o equilíbrio fiscal da Petrobras, mas do outro lado causa algo muito grave. Hoje a Petrobras é a única petroleira que quanto mais vende gasolina, mais tem prejuízo", afirmou o candidato.





Fonte: Terra

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