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Nacional
Quarta - 06 de Agosto de 2014 às 13:45

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A polícia fez uma nova perícia, na noite de terça-feira (5), no prédio onde dois pichadores morreram na semana passada. Segundo versão da PM (Polícia Miltar), as vítimas estavam armadas, trocaram tiros com a polícia e foram baleados. A família diz que eles não andavam armados e acredita em execução. Uma manifestação está marcada para a quinta-feira (7), no centro de São Paulo, para pedir maior rigor na apuração do caso.


O trabalho dentro do apartamento do zelador durou cerca de duas horas. Peritos da Polícia Científica e investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e proteção à Pessoa) usaram o equipamento chamado de luminol, que identifica manchas de sangue mesmo depois da limpeza. O delegado do DHPP, Arlindo Negrão Vaz, disse que não foi encontrada nenhuma marca além daquelas vistas no primeiro dia.

— O que foi visto no primeiro dia se mantém.

Amostras do material coletado pelos peritos com a ajuda do luminol vão ser levadas para o laboratório. O objetivo é confirmar se é realmente sangue. O trabalho da perícia vai ser comparado com a versão contada pelos policiais militares na noite em que os dois homens foram mortos.

O crime aconteceu no começo da noite da última quinta-feira. Imagens do circuito de segurança do edifício mostraram os dois suspeitos entrando no prédio depois que o porteiro os confundiu com visitantes. Já dentro do elevador, Alex Dalla Vecchia Costa, de 32 anos, e Aílton dos Santos tiraram, de 33, tiraram fotos diante do espelho. Logo depois, as cameras gravaram o zelador travando um dos elevadores, antes da chegada da polícia.

Os PMs sustentam que foram recebidos a tiros pelos dois homens no último andar do prédio, onde fica o apartamento do zelador. Baleados, os dois pichadores morreram no local. Um sargento da Força Tática também foi atingido no braço. Duas armas, supostamente encontradas com as vítimas, foram apreendidas.

Vecchia e Santos tinham passagens pela polícia por furto. O caso é investigado pelo DHPP e pela Polícia Militar. No celular de Vecchia há uma gravação enviada por um aplicativo em que ele menciona o prédio da Mooca, e outras pichações. Ele comenta que uma pichação feita no edifício foi apagada e que ele quer fazer outra. O pichador ainda convida um amigo para ir ao imóvel na avenida Paes de Barros.

"Desce lá, desce a Moóca lá, atravessa a Radial e já 'tá' na Paes de Barros. 'Nóis vai' fazer aquele grandão lá de pastilha, moleque. Aquele bem grandão, 'tá' ligado?!" (sic)

Um amigo das vítimas, Alex Ferreira dos Santos, disse que foi convidado, mas o objetivo era apenas pichar o prédio da Mooca.

— Ele só falou para mim que estava trabalhando e quando saísse do serviço ia tirar uma foto do prédio que nós pichamos e aí depois, um pouco mais tarde, ele me chamou pra ir pichar, mas eu não fui.

O amigo e a mulher de Aílton dos Santos foram ouvidos no DHPP. Eliete dos Santos voltou a afirmar que o marido não estava armado.

— Não andava armado de jeito nenhum. [...] Dentro da mochila dele sempre teve: roupa suja, tênis sujo e a matraca que era o material que ele trabalhava e uma ou duas latas de spray.

Um outro amigo, Rafael Aparecido de Arruga também prestou depoimento na Corregedoria da PM e voltou a dizer que Vecchia e Santos eram pichadores e não assaltantes.

— Eles picharam muito prédio.





Fonte: R7

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