Comportamento emocional influencia no desempenho escolar, diz estudo
Estudante ansioso vai pior nas aulas de matemática.
Estudo mostra que trabalho em grupo ajuda no aprendizado.
Pesquisa feita com três mil alunos da rede particular do Brasil, em 12 estados, mostra que o comportamento emocional e social dos alunos interfere no aprendizado e desempenho escolar. O estudante ansioso e que não sabe lidar com essa ansiedade vai pior nas aulas de matemática.
Os estudantes responderam um questionário para saber como se sentem antes de uma prova ou quando fazem um trabalho em grupo, por exemplo. Eles também tiveram que resolver questões de matemática e raciocínio lógico.
Os pesquisadores cruzaram os dados da autoavaliação com as respostas dos exercícios e descobriram que a ansiedade descontrolada piora em 23% o desempenho do estudante brasileiro.
“A ansiedade, quando você não sabe lidar com ela, toma conta de uma forma que você acaba não conseguindo mostrar aquilo que você sabia”, afirma Anita Abed, pesquisadora e psicopedagoga.
Os questionários com os alunos confirmaram uma suspeita de muitos educadores de que há algo errado com o ensino da matemática no Brasil. Os alunos que apenas reproduziram fórmulas prontas, decoradas na resolução dos exercícios, se saíram pior nas avaliações. “A decoreba atrapalhou ao invés de ajudar. Se eu não tenho a decoreba, eu tenho que me virar, ser mais criativo, buscar uma solução. A gente precisa trabalhar a matemática na escola de uma forma significativa, para que os alunos entendam aquelas ferramentas e saibam usar”, sugere Anita.
Já os jovens que demonstraram criatividade no raciocínio e autoconfiança foram bem nas questões. A pesquisa comprovou ainda que o trabalho colaborativo, ou seja, em grupo, ajuda no aprendizado de todo mundo. E o melhor, os alunos gostam. “Tem gente que sabe mais que o outro, então a gente faz em dupla e a gente aprende um com o outro e fica mais fácil”, opina Mateus Vaz, de 11 anos.
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