Presidente Dilma Rousseff discursa na abertura da
3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo
América do Sul–Países Árabes (Aspa), em Lima,
Peru. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A presidente Dilma Rousseff, a exemplo do que fez semana passada no discurso na Assembleia Geral da ONU, voltou a criticar as medidas econômicas tomadas pelos países desenvolvidos para conter os efeitos da crise mundial. Para Dilma, esses países estão desvalorizando de modo artifical suas moedas e criando um "protecionismo disfarçado". Dilma abriu a reunião da 3ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo América do Sul–Países Árabes (Aspa), em Lima, capital do Peru.
"A política monetária expansionista, os chamados afrouxamentos quantitativos, ao desvalorizar as moedas dos países desenvolvidos, tornam esses países artificialmente mais competitivos [...] O acesso aos nosso mercados é extremamtento facilitado por essas políticas de desvalorização das moedas. E um protecionismo disfarçado se impõe ao reduzir as exportaçãoes dos nossos países em desenvolvimento", afirmou a presidente.
Há duas semanas, o setor de comércio exterior do executivo norte-americano havia chamado de "protecionista" a decisão do governo brasileiro de elevar tarifas de importação de bens industrializados, o que poderia gerar perdas para os exportadores americanos.
No discurso desta terça-feira (2), Dilma afirmou também que as medidas anti-crise tomadas pelos países em desenvolvimento acabam exportando o problema para o resto do mundo. "O efeito cumulativo dessas políticas monetárias expansionistas, conjugado a uma exagerada austeridade, exporta a crise para o resto do mundo e não resolve os graves problemas dos países desenvolvidos, como o desemprego galopante e a deseperança", disse a presidente.
Brasil e Estados Unidos vêm se acusando mutuamente de prejudicar o comércio exterior dos países. Enquanto os EUA criticam o que chamam de "protecionismo" brasileiro – medidas como a exigência de conteúdo nacional em diversos produtos e elevação de tarifas de importação –, o Brasil afirma que os norte-americanos "desequilibram a balança" ao injetarem dólares no mercado, o que estaria desvalorizando artificialmente a moeda dos EUA, prejudicando as exportações brasileiras, que se tornam mais caras.
Comentários