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Terça - 09 de Setembro de 2014 às 16:05

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Ilustração do jogo Destiny
Ilustração do jogo Destiny

A cifra fica a frente de todo o resto. "Destiny" se tornou a obra narrativa mais cara da história, com seu orçamento de US$ 500 milhões. O jogo, lançado nos EUA nesta terça-feira para PlayStation 4 e Xbox One e em versões menos espetaculares para os consoles da geração anterior, supera em mais de US$ 200 milhões o filme mais caro de todos os tempos, "Piratas do Caribe 3" (2007). Um valor vertiginoso revelado pelo presidente da Activision, Bobby Kotick.

A jusitificativa para esse custo está na ambição de dois veteranos dos videogames: Jonty Barnes (diretor de produção) e Derek Carroll (designer), dois dos responsáveis pela franquia Halo, que já vendeu mais de 50 milhões de unidades.

"Estamos pensando 10 anos a frente", explica Barnes. "É curioso, agora todas as artes vão competir pelo tempo das pessoas. Com todas as comodidades dos celulares, tablets, consoles... Eu não me lembro da última vez que fiquei entediado. Assim, com 'Destiny' queremos criar algo mais do que um jogo. Queremos criar um hobby."

Para realizar tal façanha, a Bungie, desenvolvedora do jogo, aplicou a fórmula da moda: a transmídia. Aproveitando sua indústria cultural líder — com lucro de 70 bilhões de euros por ano, o dobro da bilheteria do cinema mundial —, os videogames estão absorvendo os talentos de outros meios.

Assim, "Destiny" conta com o ator mais popular da série de TV mais popular: Peter Dinklage, o Tyrion Lannister de "Game of Thrones". Com a vantagem de Dinklage ser um grande fã de videogames.

"Não conseguíamos fazer ele largar o controle e parar de jogar no carro", ri Barnes. Seu papel no jogo é o de uma voz robótica que acompanha o personagem dos jogadores, conhecidos como "Guardiões".

A trilha sonora de "Destiny" tem ainda mais impacto. O tema principal do jogo será o próximo single de Paul McCartney.

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"Foi uma escolha do departamento de som que nada teve a ver com estratégia comercial. Nós adoramos Paul McCartney e por isso fizemos a proposta", garante Barnes.

Mas a participação do Beatle garantiu que a notícia do lançamento iria além das publicações especializadas e daria aos videogames um maior reconhecimento como arte. Também é revelador o motivo pelo qual McCartney topou participar:

"Ele queria abrir-se a um novo meio de comunicação e uma nova audiência", diz Barnes.

O jogo em si é uma ópera espcial, com armas laser e espaçonaves. Com "Guardiões da Galáxia" dominando as bilheterias e um novo "Guerra nas estrelas" a caminho, "Destiny" coloca o jogador em um mundo onde a humanidade deu o salto para colonizar outros planetas. Mas a fanfarra espacial não se limita a emular o que já é oferecido pelos cinemas.

‘Em um videogame o essencial é a experiência, a interação. 

Por isso, contamos a história através das ações do jogador’

- JONTY BARNES

sobre o jogo 'Destiny'


"Quando falam sobre a Pixar, por exemplo, tudo que você é 'história, história e história'. Para nós, não é só isso. Em um videogame o essencial é a experiência, a interação. Por isso, contamos a história através das ações do jogador", esclarece Barnes.

Isso significa que o movimento dos planetas de 'Destiny' — que vão de uma Marte desolada a Vênus transformada em novo Éden de vegetação deslumbrante — e sua exploração serão a forma de descobrir a história, sem a necessidade de cenas não-jogáveis no meio — as cutscenes que muitas vezes são deslumbrantes, mas em outras deixam os jogadores entediados por não poderem participar.

Os dois criadores acreditam que todo esse esforço para separar o videogame do cinema é uma evolução lógica da maturidade do meio. E isso demonstraria que os jogos estão se tornando cada vez mais uma arte, e não apenas técnica.

"Basta olhar para o poder oferecido pelos novos consoles para ver que agora podemos transmitir emoção aos nossos personagens. A qualidade dos jogos está aumentando exponencialmente", defende Barnes.

E os lucros também. Em três dias, "Grande Theft Auto V" arrecadou mais que toda a indústria da música em um mês. E antes mesmo de chegar às lojas, "Destiny" já bate recordes: é o jogo com maior pré-venda da história





Fonte: Globo.com

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