Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sábado - 11 de Outubro de 2014 às 19:31

    Imprimir


Levy Ribeiro / Agência O Dia
Em debate nesta semana, o candidato à reeleição ao governo do Rio de Janeiro se irritou com pergunta sobre denúncia
Em debate nesta semana, o candidato à reeleição ao governo do Rio de Janeiro se irritou com pergunta sobre denúncia

O candidato do PMDB à reeleição do governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, se irritou durante o primeiro debate do segundo turno ao ser confrontado sobre denúncia da revista Veja. Ele tentou minimizar os contratos do escritório de advocacia de seu enteado Roberto Horta com empresas que prestam serviços ao Estado do Rio de Janeiro.

— Meu filho é um profissional liberal. Ele tem um escritório hoje e, graças a Deus, bem-sucedido. Um escritório que presta serviço a diversas empresas dentro do nosso Estado e não defende nenhuma causa contra o Estado. [...] Não chega a 2% do faturamento dessas ações trabalhistas de onde ele prestou serviço e a maioria dessas ações trabalhistas são na região sul do Estado.

Pezão disse que em seus 32 anos de vida pública sempre separou os assuntos públicos dos privados. E salientou que se orgulha da trajetória do enteado. O debate, que aconteceu na última quarta-feira (8), foi promovido pela Universidade Estácio de Sá, com apoio da revista Veja e da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil).

— Uma coisa que me orgulha muito é a trajetória dele [Roberto Horta], eu não precisei colocar ele em um gabinete de um parlamentar, em um gabinete de um senador, de fazer empregos por outras vias como muitas pessoas se utilizam. Ele luta arduamente para ter o seu ganha pão. Me orgulho muito da trajetória que ele tem à frente de seu escritório.

Reportagem da revista Veja revela que o enteado do governador formou banca de clientes que detêm concessões públicas no Estado. Fundado em 2008, o escritório Horta & Jardim Associados é especializado em causas trabalhistas. Um dos clientes mais notórios é a construtora Delta, do empresário Fernando Cavendish. Foi no período de Pezão à frente da Secretaria de Obras da gestão Sérgio Cabral que a Delta se tornou uma das mais importantes empreiteiras do Rio de Janeiro, integrando consórcios de obras gigantescas como a do Arco Metropolitano e a bilionária reforma do Maracanã.

A empresa Delta não é a única prestadora de serviços do governo defendida pelo filho de Pezão. Segundo a Veja, a principal cliente do escritório é a concessionária Light, que responde por 54% do faturamento, de R$ 1 milhão. Embora seja uma concessão federal, a Light também presta serviços ao Estado.

Entre 2010 e 2011, recebeu R$ 9,3 milhões para fazer o remanejamento de redes elétricas das obras do Arco Metropolitano, uma das principais obras do Estado. Além da capital fluminense, a Light ainda atua em municípios como Barra do Piraí, Belford Roxo, Duque de Caxias (abrangência parcial) e São João de Meriti.

Segundo a revista Veja, os clientes do filho de Pezão têm mais ligação com o município de Piraí, no sul fluminense, que foi administrado por Pezão entre 2000 e 2004. Um exemplo é a JRO Pavimentação Ltda. Fundada em 1997, em Juiz de Fora (MG), a empresa cresceu a partir de contratos para obras naquela região. A empresa recapeou um trecho da rodovia estadual que liga Piraí a Barra do Piraí. Recebeu, pelos serviços, R$ 9,1 milhões. Desde então, os contratos se multiplicaram e hoje somam R$ 90 milhões.

Veja também afirma que a empresa Cemibra Indústria e Comércio Internacional S/A, dona da Metalúrgica Barra do Piraí e da Metalúrgica Valença e também contratante do escritório do enteado do governador, fornece contêineres onde são instaladas bases de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e de algumas das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). A Cemibra recebeu pelos serviços cerca de R$ 200 milhões.

Outro lado

A reportagem do R7 entrou em contato com a concessionária de energia elétrica Light, que optou por não se pronunciar sobre os contratos firmados com escritório Horta & Jardim Associados. A Light reiterou que "não divulga o quadro de fornecedores que prestam serviços para a companhia".

Em nota enviada ao R7, a Delta afirmou que teve contrato de serviços jurídicos com o escritório Horta & Jardim até agosto de 2011 somente para poucas causas trabalhistas, sob o regime de "partido fixo", em valor que não chegava a R$ 4.000. O contrato foi rescindido naquele ano e todos os casos transferidos a outros escritórios. Desde então, a Delta não tem mais contrato com o escritório.

A reportagem procurou o escritório Horta & Jardim Associados, mas Roberto Horta não foi encontrado.





Fonte: Do R7

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/402784/visualizar/