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Politica Brasil
Quarta - 15 de Outubro de 2014 às 16:32

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  • Três temas dominaram o primeiro encontro do segundo turno entre os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), nesta terça-feira (14): as gestões tucanas em Minas Gerais, a paternidade do Bolsa Família e libertação do País das denúncias de corrupção que envolvem empresas estatais.

    Logo no primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes, a candidata Dilma usou a saúde de Minas Gerais para criticar Aécio: “Quando o governo de Minas foi dirigido pelo senhor, vocês [governos tucanos] não cumpriram o que manda a Constituição, que é destinar o mínimo para a Saúde. Desviaram em torno de R$ 7,6 bilhões. É o que diz o Tribunal de Contas do Estado”.

    Aécio retrucou e disse que, "na verdade, Minas Gerais é reconhecido pelo Ministério da Saúde do seu governo como o Estado que tem a melhor qualidade da saúde em toda a região Sudeste”. Dilma disse que ambos estavam "discutindo muito Minas Gerais porque o senhor [Aécio] teve sua vida política lá".

    — Eu, de fato, saí de Minas Gerais, mas eu não saí a passeio. Eu saí porque eu fui perseguida pela Ditadura Militar que, posteriormente, me deteve por três anos.

    Bolsa Família

    A paternidade do programa Bolsa Família foi outro tema que permeou o debate entre os presidenciáveis. O candidato do PSDB afirmou que Dilma não tinha a generosidade de reconhecer que o programa de repasse de renda foi uma evolução de programas sociais do governo FHC.

    Aécio afirmou que “se pegarmos o DNA do programa, o pai será o presidente FHC e a mãe será dona Ruth Cardoso”. Dilma, porém, retrucou no mesmo momento, dizendo que os governos de FHC “jamais aplicaram nenhum recurso em grandes programas sociais” e chamando de “lenda” a argumentação de Aécio Neves.

    — O povo brasileiro jamais vai acreditar nessa história que o pai do Bolsa Família... O senhor me desculpe, aí passou de todos os limites, chegamos à fabulação, nós estamos no perigoso terreno da lenda. É impossível que alguém acredite que um programa do porte e da envergadura do Bolsa Família tenha origem em um programa completamente distorcido.

    "Libertação" do País

    Aécio Neves disse que, durante a campanha eleitoral, “a palavra que eu mais tenho ouvido é ‘libertação’”, que vem, segundo o tucano, dos próprios eleitores que dizem não merecer “tanto descompromisso com a ética”.

    A declaração de Aécio foi uma continuação de uma pergunta dele próprio para Dilma sobre as denúncias de corrupção na Petrobras, sobretudo as que envolvem o ex-diretor Paulo Roberto Costa.

    Aécio lembrou que, “ao contrário do que você diz, ele [Costa] não foi demitido, ele renunciou”. Dilma, em seguida, respondeu dizendo que tem “uma vida toda de absoluto combate à corrupção e nenhum envolvimento com malfeitos”.

    Nepotismo

    Dilma acusou Aécio de manter familiares em cargos públicos enquanto governou Minas Gerais. A presidente destacou que a prática é ilegal e desafiou o adversário a procurar qualquer parente dela no governo federal.

    — Eu quero dizer que nepotismo é crime. O senhor teve uma irmã, três tios e três primos no seu governo.

    Incomodado com a acusação, o tucano chamou a presidente e a campanha do PT de mentirosas, afirmando que Dilma diz inverdades para seguir no governo. Aécio ainda pediu que a presidente elevasse o nível do debate.

    Aeroporto em MG

    Dilma questionou Aécio sobre a construção de um aeroporto na cidade de Cláudio, em Minas Gerais, em um terreno que pertencia a um tio do tucano, durante a gestão dele. Após a pergunta, em que Dilma afirmou que o MPF (Ministério Público Federal) "não aceitou a ação criminal, mas mandou investigar o aeroporto de Cláudio por improbidade administrativa, ou seja, mal uso dos recursos públicos", Aécio respondeu.

    — A senhora está sendo leviana. [...] Essa obra de Cláudio [...] foi feita em desfavor de um tio meu em uma região próspera em que há indústrias. Esse senhor reivindica R$ 9 milhões por esse terreno. Não foi beneficiado.

    Salário mínimo e economia

    Enquanto Dilma tratava das conquistas do governo relacionadas à educação profissional (programa Pronatec), Aécio Neves (PSDB) voltou a bater na tecla da inflação, que está próxima ao teto da meta, e ao baixo crescimento da economia brasileira.

    — Vamos falar de um Brasil que pode crescer muito mais do que está crescendo. O reajuste real do mínimo em 2016 já está estabelecido: é nada. O seu governo perdeu a confiança dos mercados. [Quando voltarem], os investimentos vão gerar emprego para os brasileiros. O seu governo chega ao final de forma melancólica porque fracassou na melhoria nos indicadores sociais e os casos de corrupção.

    Dilma criticou o presidente do Banco Central do governo FHC, Armínio Fraga, anunciado como futuro ministro da Fazenda, caso Aécio seja eleito.

    — Quando o seu candidato a futuro ministro da Fazenda entrou no governo [FHC], a inflação estava sob controle. Quando ele deixou o governo, a inflação chegou a 7,7%.

    O tucano lembrou que o economista chegou a ser elogiado pelo então ministro da Fazenda de Lula, Antônio Palocci, e até pelo próprio ex-presidente, que, no começo do mandato, gostaria que ele permanecesse por algum tempo no cargo. 





Fonte: Do R7

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