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Politica Brasil
Quarta - 15 de Outubro de 2014 às 18:32

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A estratégia de ataques do candidato do PMDB à reeleição no governo do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, ao candidato do PRB, Marcelo Crivella, gerou reação de eleitores que protestaram nos perfis das redes sociais do peemedebista.

Internautas afirmaram, em mensagens postadas nas páginas de Pezão, que se sentiram vítimas de discriminação religiosa ao ver a Igreja Universal do Reino de Deus e seu fundador, bispo Edir Macedo, serem relacionados de modo negativo à candidatura de Crivella. Um usuário postou na página de Pezão no Facebook: "Deixe em paz quem quer proferir sua fé em Deus através da Igreja Universal, como poderia ser na católica, espiritismo etc."

Apesar de o candidato do PMDB negar discriminação, cientistas políticos ouvidos pelo R7 avaliaram a estratégia de Pezão como arriscada porque o eleitorado evangélico pode se voltar contra Pezão ao encarar os ataques como intolerância religiosa.

Felipe Borba, cientista político da UniRio, avalia que a estratégia é afastar o eleitorado não evangélico de Crivella. Entretanto, diz o especialista, Pezão assume o risco de perder votos entre eleitores evangélicos, que têm grande representatividade no Rio.

— Pode ser um tiro no pé [do Pezão], porque ele deixa de lado propostas e foca na questão dos valores. Religião é valor.

Pezão voltou a atacar o candidato do PRB no debate da CBN, realizado na última terça-feira (14). Crivella, por sua vez, defendeu a liberdade religiosa.

— Todos temos liberdade religiosa. Isso não é crime. Cada um frequenta sua igreja. [Pezão] vai responder na Justiça por isso. Isso é choro que sabe quem vai perder.

Apesar do discurso atual, Pezão prestigiou a inauguração do Templo de Salomão, em São Paulo, há dois meses. Ele elogiou a nova sede da Igreja Universal do Reino de Deus e disse que se sentia muito feliz por estar ali. Assista ao vídeo abaixo com a entrevista na ocasião:

Rejeição e Cabral

Vitor Marchetti, cientista político da UFABC (Universidade Federal do ABC), afirmou que fazer associações é parte do jogo eleitoral. Entretanto, ele pondera a eficácia da estratégia de Pezão, uma vez que críticas mais duras podem elevar a rejeição ao candidato do PMDB. Para ele, a estratégia é "ruim pois perde o voto da periferia".

Procurado pelo R7, Pezão negou, por meio de nota, que esteja "discriminando os membros da Universal e de nenhuma outra denominação evangélica".

Já Crivella associa Pezão ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), de quem foi vice-governador. Assim como no primeiro turno, o candidato à reeleição optou por não exibir imagens tampouco citar Cabral em sua campanha na segunda fase do pleito.

O desgaste da imagem de Cabral se deveu a inúmeros fatores, na avaliação de Felipe Borba. O ex-governador encerrou sua gestão com alto índice de avaliação negativa.

Nos protestos que ganharam as ruas do Rio de Janeiro no ano passado, Cabral passou a ser hostilizado sobretudo após o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Souza, em 14 de julho. Manifestantes, que entoavam palavras de ordem contra o ex-governador, também questionavam "Cadê o Amarildo". Até hoje, o corpo de Amarildo que, segundo investigações da Polícia Civil foi morto durante tortura feita por PMs, ainda não foi encontrado.

O escândalo na UPP da Rocinha, que atingiu a vitrine da gestão Pezão/Cabral, levou à denúncia de 25 PMs à Justiça. O ex-comandante major Edson Santos e os demais agentes respondem pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

Outra medida impopular que elevou ainda mais a rejeição a Cabral foi o uso do helicóptero do governo para viagens com a família e empregados nos fins de semana, da capital a Mangaratiba, município da região da Costa Verde, segundo revelou em julho de 2013 a revista Veja.

Além disso, durante a semana, segundo a Veja, Cabral usava o helicóptero todos os dias para ir trabalhar, apesar de seu apartamento no Leblon ficar a 10 km de distância do Palácio Guanabara, em Laranjeiras. O voo durava três minutos. Segundo cálculos da publicação, se levados em conta custos com aluguel de um helicóptero, o gasto anual seria de R$ 3,8 milhões ao ano.

Além desses fatos, a imagem do ex-governador ficou comprometida após a revelação de fotos de Cabral com empresários. As fotografias, tiradas supostamente em Paris, foram divulgadas pelo blog de Anthony Garotinho (PR) em 2012, no segundo mandato de Cabral. O grupo foi fotografado festejando com guardanapos na cabeça.

Nas imagens, Cabral surge ao lado do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish. Em outras fotos, Cavendish aparece com secretários de Estado com os guardanapos na cabeça. No grupo, estavam os então secretários de Saúde Sérgio Côrtes e de Governo Wilson Carlos.





Fonte: Do R7

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