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Economia
Terça - 23 de Dezembro de 2014 às 21:28

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Banco Central reduziu sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 a 0,2%
Banco Central reduziu sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 a 0,2%

O Banco Central reforçou nesta terça-feira (23) que a política monetária continuará apertada por algum tempo, ao piorar seus cenários de inflação para este e o próximo ano e ver que em 2016 ela ainda deverá ficar acima do centro da meta oficial.

Ao mesmo tempo, o BC reduziu sua perspectiva de expansão da economia brasileira, não enxergando recuperação mais consistente no curto prazo.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação do BC divulgado nesta manhã, a inflação medida pelo IPCA subirá 6,4% neste ano pelo cenário de referência, acima dos 6,3% previstos anteriormente.

Para 2015, o BC vê agora alta de 6,1% do IPCA, sobre estimativa anterior de 5,8%. Em 2016, os preços devem subir 5%.

A meta de inflação é de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos. O indicador tem permanecido acima do teto em 12 meses, como em novembro, quando atingiu 6,56%.

De acordo com a economista e sócia da consultoria Tendências, Alessandra Ribeiro, o Banco Central deu o tom um pouco mais agressivo para política monetária.

Para conter a inflação, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC deu início a um novo ciclo de aperto monetário em outubro, quando elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano. No começo de dezembro, o Copom acelerou o aperto, aumentando o juro em 0,50 ponto, para 11,75%.

No relatório de inflação, o BC destacou que, "em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação... persistam no horizonte relevante para a política monetária".

"Nesse sentido, o comitê irá fazer o que for necessário para que no próximo ano a inflação entre em longo período de declínio, que a levará à meta de 4,5% em 2016", acrescentou a autoridade monetária.

No relatório, o BC informou ainda que "não descarta" a inflação no curto prazo subindo mais e que deve permanecer elevada em 2015, mas também vê que no próximo ano ela entrará "em longo período de declínio".

O presidente do BC, Alexandre Tombini, já afirmou que a inflação no país atingirá seu pico no primeiro trimestre de 2015. Segundo ele, o cenário mais provável é de que a inflação inicie processo de declínio no segundo trimestre do ano que vem e retorne à trajetória de convergência ao centro da meta até o fim de 2016.

No cenário de referência do relatório de inflação, o BC considerou o dólar constante a R$ 2,55 e a Selic no patamar atual de 11,75%.

Ainda no cenário de referência, a probabilidade estimada pelo BC de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta se situa em torno de 37% em 2015 e de 15% em 2016.

Câmbio e administrados

O BC repetiu ainda que a inflação continua elevada por causa do câmbio e dos preços administrados. O dólar acumulou alta de quase 15% sobre o real entre setembro e novembro. Na semana passada, a moeda norte-americana se aproximou de R$ 2,80 durante os negócios, maior patamar em quase dez anos.

Em suas avaliações sobre o cenário de inflação no relatório divulgado nesta manhã, o BC não usou mais a palavra "parcimônia", como o fez para justificar a alta de 0,50 ponto na Selic no início deste mês. A palavra aparece apenas no anexo do documento, que reproduz a ata da última reunião do Copom.





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