Pasadena pode ter rendido US$ 30 milhões em propina
Um depoimento dado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou que a transação envolvendo a refinaria de Pasadena pode ter rendido a Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, e ao lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, entre US$ 20 e US 30 milhões em propina. Segundo informações do jornal O Globo, os valores foram recebidos provavelmente da Astra, quando a Petrobras teve que comprar a parte de sua sócia no negócio.
O depoimento de Costa e foi transcrita nesta quinta pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, ao decretar nova prisão preventiva de Nestor Cerveró, preso desde o último dia 14 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e deve depor sobre Pasadena na segunda-feira.
Segundo Costa, Fernando Baiano lhe pagou propina de US$ 1,5 milhão para que não causasse "problemas” na reunião de aprovação da compra de Pasadena. Os dois foram até a Suíça onde os valores teriam sido depositados. De acordo com o ex-diretor da Petrobras, ele foi apresentado a Baiano por Cerveró e já sabia que o lobista tinha "atuação forte" na diretoria Internacional, representando interesses do PMDB.
Costa disse que havia vários motivos para não aprovar o negócio de Pasadena, já que a Astra era uma pequena trading sem experiência em refino e seriam necessários mais de US$ 1 bilhão em investimentos para que a velha refinaria fosse útil à Petrobras. De acordo com ele, toda a diretoria da Petrobras sabia disso, mas a aprovação foi unânime. Costa, no entanto, não soube dizer se outros diretores e o então presidente José Sérgio Gabrielli receberam propina.
Com a divergência entre a Astra e por força de uma claúsula contratual que impunha que a Petrobras pagasse para que sua sócia deixasse o negócio, a estatal teve de pagar para a trading cerca de R$ 1,2 bilhão. Astra disse que “havia boatos na empresa de que o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre vinte e trinta milhões de dólares, recebidos provavelmente da Astra; (...)".
Com o surgimento do pré-sal, a Petrobras reduziu os investimentos na área externa e deixou de investir em Pasadena. De acordo com Costa, diferentemente do padrão, Pasadena não foi executado pela Gerência Executiva de Novos Negócios. A gerência de novos negócios é vinculada diretamente ao presidente da Petrobrás.
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