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Sexta - 23 de Janeiro de 2015 às 15:39

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José Cruz / Agência Brasil
Nestor Cerveró foi um dos beneficiados, segundo depoimento de Paulo Roberto Costa
Nestor Cerveró foi um dos beneficiados, segundo depoimento de Paulo Roberto Costa

Um depoimento dado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou que a transação envolvendo a refinaria de Pasadena pode ter rendido a Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras, e ao lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, entre US$ 20 e US 30 milhões em propina. Segundo informações do jornal O Globo, os valores foram recebidos provavelmente da Astra, quando a Petrobras teve que comprar a parte de sua sócia no negócio.

O depoimento de Costa e foi transcrita nesta quinta pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, ao decretar nova prisão preventiva de Nestor Cerveró, preso desde o último dia 14 na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e deve depor sobre Pasadena na segunda-feira.

Segundo Costa, Fernando Baiano lhe pagou propina de US$ 1,5 milhão para que não causasse "problemas” na reunião de aprovação da compra de Pasadena. Os dois foram até a Suíça onde os valores teriam sido depositados. De acordo com o ex-diretor da Petrobras, ele foi apresentado a Baiano por Cerveró e já sabia que o lobista tinha "atuação forte" na diretoria Internacional, representando interesses do PMDB.

Costa disse que havia vários motivos para não aprovar o negócio de Pasadena, já que a Astra era uma pequena trading sem experiência em refino e seriam necessários mais de US$ 1 bilhão em investimentos para que a velha refinaria fosse útil à Petrobras. De acordo com ele, toda a diretoria da Petrobras sabia disso, mas a aprovação foi unânime. Costa, no entanto, não soube dizer se outros diretores e o então presidente José Sérgio Gabrielli receberam propina.

Com a divergência entre a Astra e por força de uma claúsula contratual que impunha que a Petrobras pagasse para que sua sócia deixasse o negócio, a estatal teve de pagar para a trading cerca de R$ 1,2 bilhão. Astra disse que “havia boatos na empresa de que o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre vinte e trinta milhões de dólares, recebidos provavelmente da Astra; (...)".

Com o surgimento do pré-sal, a Petrobras reduziu os investimentos na área externa e deixou de investir em Pasadena. De acordo com Costa, diferentemente do padrão, Pasadena não foi executado pela Gerência Executiva de Novos Negócios. A gerência de novos negócios é vinculada diretamente ao presidente da Petrobrás.





Fonte: Terra

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