Justiça autoriza saída de réu da Lava Jato para cirurgia emergencial Erton Fonseca, diretor da Galvão Engenharia está preso em Curitiba. Ele será internado na quinta (29) para retirar tumor supostamente maligno.
O juiz federal Sergio Moro autorizou nesta terça-feira (27) a internação de Erton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia, preso pela Operação Lava Jato. Conforme requisitado pela defesa, o réu deve deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba na quinta-feira (29) para a realização de uma cirurgia de retirada de tumor.
Fonseca está preso desde novembro, após a deflagração as sétima etapa da Lava Jato. Segundo a descrição dos advogados, o executivo apresenta lesões na pele supostamente malignas – melanoma – que precisam ser retiradas com urgência. Ainda conforme os advogados, Fonseca possui histórico da doença.
A cirurgia deve ocorrer às 14h de quinta-feira, com previsão d estadia de 24 horas no hospital Santa Cruz – o mesmo em que o doleiro Alberto Youssef foi internado diversas vezes desde a prisão, em março de 2014. Os familiares de Fonseca poderão permanecer no local, conforme autorização do juiz federal, submetidos ao crivo e controle da PF. O réu, contudo, não poderá ter acesso a telefones ou internet.
Um retorno de Fonseca ao hospital está previsto para o dia 2 de fevereiro, para curativos, mas necessidade de internação.
Comprovante de pagamento de propina da
Galvão Engenharia (Foto: Reprodução)
Propina
A defesa de Erton Medeiros Fonseca admitiu que o cliente pagou propina ao esquema de corrupção que atuava na Petrobras, com objetivo de evitar que a Galvão Engenharia fosse prejudicada em contratos que mantinha com a estatal do petróleo. Os advogados chegaram a protocolar comprovantes de pagamentos de R$ 8.863.000.
Segundo os advogados de Fonseca, os pagamentos foram feitos ao empresário Shinko Nakandakari – apontado pelo dirigente da Galvão Engenharia como operador da Diretoria de Serviços da Petrobras, à época comandada por Renato Duque.
O documento anexado ao processo da Lava Jato pela defesa de Fonseca mostra que a Galvão Engenharia efetuou 20 transferências para a LFSN Consultoria, nas contas de Luis Fernando Sendai Nakandakari e Juliana Sendai Nakandakari, sócios da empresa. Os repasses foram feitos entre 8 de janeiro de 2010 e 25 de junho de 2014.
O empresário Shinko Nakandakari, por sua vez, enviou à Justiça Federal do Paraná uma petição na qual nega ter cobrado propina de empreiteiras que prestam serviços à estatal.
"Shinko Nakandakari precisa ser ouvido pelas autoridades a fim de trazer os fatos de volta à realidade [...] Diante do exposto, o Peticionário [Nakandakari] requer lhe seja deferida a extração de cópia integral dos autos da investigação, notadamente do(s) depoimento(s) prestado(s) por Erton Medeiros Fonseca e de tudo o mais que envolva o seu nome, a fim de que possa ter ciência de todos os fatos e, ainda, prestar às autoridades os esclarecimentos necessários", ponderou à Justiça Federal o advogado de Nakandakari, à época.
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