Em carta, Janot pede 'união e força' ao Ministério Público Ele disse que lista de políticos passará por ‘duros testes de coerência’. Procurador afirmou que usou critério técnico em lista da Lava Jato.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou uma carta na quarta-feira (5) a todos os integrantes do Ministério Público Federal na qual pede “união e força” diante dos desdobramentos da Operação Lava Jato e diz ter consciência de que o trabalho da Procuradoria em relação aos políticos citados no esquema de corrupção da Petrobras será "esquadrinhado e submetido aos mais duros testes de coerência".
Na última terça (3), o procurador-geral encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (2) pedidos de abertura de inquérito para investigar 54 pessoas- entre elas cerca de 45 autoridades- suspeitas de envolvimento no escândalo investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público.
“Não acredito que esses dias de turbulência política fomentarão investidas que busquem diminuir o Ministério Público brasileiro, desnaturar o seu trabalho ou desqualificar os seus Membros. Mas devemos estar unidos e fortes," afirmou Janot. Na carta aos procuradores, ele relata que enviou ao STF os pedidos de investigação com "critério técnico e objetivo para adotar as medidas necessárias à cabal apuração dos fatos".
"Diante das inúmeras e naturais variáveis decorrentes de uma investigação de tamanha complexidade, fiz uma opção clara e firme pela técnica jurídica. Afastei, desde logo, qualquer outro caminho, ainda que parecesse fácil ou sedutor, de modo que busquei incessantemente pautar minha conduta com o norte inafastável das missões constitucionais do Ministério Público brasileiro."
Janot diz ainda que o trabalho realizado pelos procuradores não levou em conta partidos ou cargos. "Não espero a unanimidade nem a terei. Desejo e confio, sim, nesse momento singular do País e, particularmente, do Ministério Público brasileiro, que cada um dos meus Colegas tenha a certeza de que realizei meu trabalho em direção aos fatos investigados, independentemente dos envolvidos, dos seus matizes partidários ou dos cargos públicos que ocupam ou ocuparam."
O procurador encerra a carta pedindo “paciência e confiança”. “Guardo-me, assim, na paz de quem cumpre um dever e na certeza de que temos instituições sólidas e democráticas. Integramos uma delas. Estejamos unidos. Sigamos o nosso caminho. Sejamos fiéis ao nosso País. Paciência e confiança!”, concluiu Janot.
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