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Politica Brasil
Terça - 10 de Março de 2015 às 01:36

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O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), afirmou nesta segunda-feira (9), em evento no Rio, que o governo tenta dividir a crise política desencadeada pela Operação Lava Jato com o Congresso. Cunha citou como agravante a manifestação marcada para o próximo domingo (15) contra a presidente Dilma Rousseff (PT) — embora tenha se declarado contra os pedidos de impeachmeant, classificados por ele como "golpe".

"Houve uma tentativa de dividir o ônus em uma crise que está instalada dentro do Poder Executivo. A corrupção é da Petrobras, é do Governo. Se efetivamente quiserem transferir para o Congresso, foi o que eles tentaram, principalmente às vésperas das manifestações do dia 15, me pareceu uma atitude política", afirmou.

O pemedebista insistiu que houve interferência na confecção da lista com o nome dos parlamentares e ex-parlamentares que serão investigados. Cunha sublinhou que o autor do depoimento que o colocou sob suspeita é o mesmo que teria citado Antonio Anastasia, único político ligado ao PSDB.

"A gente vê que foi muito estranho o comportamento do Procurador (Geral da República, Rodrigo Janot) com relação a algumas pessoas. Não havia outra maneira de incluir o senador Anastasia se não validasse as declarações do policial que também falava de mim. Não poderia dizer que serviria para o Anastasia e não serviria para mim", enfatizou.

O policial em questão é o agente federal Jaymes de Oliveira Filho. Ele prestou depoimento em novembro do ano passado e apontou os dois parlamentares como destinatários de quantias entregues por ele. Jaymes está preso.

Vaias à Dilma e impeachment

Cunha comentou também as vaias e xingamentos à presidente Dilma Rousseff, no domingo (8), Dia Internacional da Mulher, durante pronunciamento oficial. O presidente da Câmara disse que "não viu", mas reconhece que uma "parte da população não está apoiando os atos e gestão do governo". Ainda assim, o presidente da Câmara atacou os ativistas que pedem o impeachment da petista.

"Sou absolutamente contrário, acho que isto é golpe. Foi eleita legitimamente e tem um mandato a cumprir. Aqueles que votaram e, porventura, se arrependeram deveriam ter este juízo de valor quando votaram. Não dá para a gente aceitar isso, não é forma de tratar o problema", defendeu.

Homenagem

O evento aconteceu na Associação Comercial do Rio de Janeiro (Acrj), em meio a uma enxurrada de elogios ao presidente da Câmara, e contou com a presença de inúmeros partidários como o governador Luiz Fernando Pezão (para quem Cunha é um "conhecedor profundo dos estados e municípios), o vice-governador Francisco Dornelles (que saudou o presidente pela "capacidade de liderança") e o prefeito Eduardo Paes (para quem não há "ninguém melhor" para corrigir erros do passado recente do país na Câmara).





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