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Politica Brasil
Terça - 10 de Março de 2015 às 05:36

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Dias depois de rebaixar todas as notas da Petrobras e classificar a empresa em grau especulativo, a agência de risco Moody's divulgou relatório Na segunda-feira (9) afirmando que o "suporte do governo para a empresa provavelmente ajudará a conter o impacto negativo ao crédito". Ainda na avalição da agência, "a investigação de corrupção na Petrobras deverá afetar negativamente partes dos setores público e privado".

No final de fevereiro, a Moody's cortou as notas de crédito da Petrobras e a empresa perdeu grau de investimento - aplicações consideradas seguras para os investidores. Foi a primeira das três grandes agências de risco a rebaixar a nota de crédito corporativo da Petrobras para grau especulativo. A petroleira ainda tem grau de investimento pelas agências Fitch e Standard & Poor's.

A avaliação de risco é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado ou da empresa que eles escolhem para aplicar seu dinheiro. Entenda como funciona.

Segundo o relatório divulgado nesta segunda, "os problemas da Petrobras deverão afetar negativamente a cadeia de produção de petróleo e gás no Brasil, os setores de construção e infraestrutura, assim como o setor imobiliário no estado do Rio de Janeiro e as empresas que dão suporte a estes setores".

A agência voltou a citar o atraso na divulgação do balanço auditado pela companhia, que tem como resultado "riscos de liquidez da Petrobras". A apresentação das demonstrações contábeis ao mercado foi adiada duas vezes pela Petrobras, que divulgou no final de janeiro o relatório sem o aval de auditoria independente e sem a inclusão de perdas por corrupção entre os números. A empresa tem até abril para apresentar as informações auditadas ao mercado.

A agência também citou a redução dos investimentos da empresa, apontando que haverá impactos "não apenas as empresas de engenharia e construção sob acusação, mas também grupos maiores de investimento em infraestrutura".

“Preços baixos do petróleo devem intensificar a deterioração na posição de liquidez da Petrobras no médio prazo”, afirma Marianna Waltz, Associate Managing Director da Moody’s. “Também deverão espalhar efeitos negativos para o restante da cadeia de abastecimento, enfraquecendo o desempenho financeiro e operacional dos navios que são parte do esforço vital de produção offshore da Petrobras”.

A Moody's aponta que "para conter seu enfraquecimento de liquidez, a Petrobras implementou cortes de gastos que também terão implicações amplas para uma variedade de setores no Brasil, incluindo finanças públicas do estado do Rio de Janeiro". "Diante da alta dependência do petróleo, a queda na arrecadação tributária e nos royalties do petróleo poderia afetar tudo, das empresas de engenharia e construção e petróleo e gás até o desenvolvimento imobiliário no estado", avalia a agência.

"Além disso, a investigação poderia resultar em lucros mais baixos para bancos, especialmente se os bancos públicos tiverem de dar suporte à Petrobras para evitar consequências econômicas mais amplas", acrescenta o texto da Moody's.

Suporte do governo

A Moody's acredita que, "diante da influência da Petrobras sobre a economia, o governo federal provavelmente estará inclinado a dar suporte para a empresa, em termos financeiros, embora seja menos claro se o governo poderia ser capaz de reunir os montantes muito grandes que possam ser exigidos no curto período necessário para evitar default".

“A Petrobras desempenha um papel central nos projetos de investimento de longo prazo no Brasil”, afirma Waltz. “Uma deterioração significativa na sua qualiade de crédito colocaria o setor bancário brasileiro, mercados domésticos de capitais e a economia como um todo em risco”.

A agência comentou que a influência da classificação das notas da Petrobras para o perfil de crédito soberano é "limitada". "A Moody’s não espera que o suporte do governo para a Petrobras poderia levar a dívida soberana a ultrapassar 70% do PIB, sob qualquer cenário. As implicações para o soberano poderiam depender, principalmente, da credibilidade da resposta das políticas econômica e fiscal do governo."





Fonte: Do G1

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