Tesoureiro da campanha de Dilma admite 'erros' do PT no campo político Em carta, Edinho Silva cobrou punição a quem usou sigla para enriquecer. Dirigente disse que partido nunca esteve tão paralisado diante da oposição.
Tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff na eleição de 2014, o deputado estadual Edinho Silva (PT-SP), integrante da direção nacional do partido, declarou por meio de uma carta aberta publicada em sua conta pessoal no Facebook que "há erros no campo político" do Partido dos Trabalhadores. Segundo o dirigente petista, a legenda nunca esteve tão paralisada diante dos ataques da oposição.
Na rede social, Edinho também comentou as denúncias de corrupção que envolveriam inclusive colegas de partido. De acordo com ele, se for comprovado que pessoas usaram o PT para enriquecer, a sigla tem de ser a primeira a defender a punição deles.
Entre as 49 pessoas – das quais 47 políticos – suspeitas de participação no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato, está o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
"Se a corrupção é endêmica e povoa as instâncias governamentais, ela tem que ser combatida com muita dureza. Companheiros e companheiras, nós sempre defendemos isso. [...] Se pessoas se utilizaram do PT para enriquecimento, toda vez que isso for provado, esses têm que pagar e nós temos que ser os primeiros a defender a penalização", defendeu o deputado estadual petista.
"Não há novidade, companheiras e companheiros. Há, sim, erros no nosso campo político. Nunca na nossa história assimilamos com tanta facilidade o discurso oportunista de uma direita golpista e nunca estivemos tão paralisados", ressaltou em outro trecho da carta.
Apesar das críticas ao seu próprio partido, na maior parte do comunicado, Edinho enalteceu a trajetória do PT e as conquistas sociais promovidas no país desde 2003, ano em que a sigla assumiu o comando do governo federal.
Na visão do tesoureiro da campanha de Dilma, o início do quarto mandato do PT na Presidência está marcado pela "ofensiva conservadora", que ele classificou como "a pior da história da República".
"Qual a novidade? Achávamos que a elite brasileira, insuflada por uma retomada das mobilizações da direita no continente, iria ficar assistindo nós nos sucedermos na presidência da República, consolidando o nosso projeto? Achávamos que a responsabilidade pela estagnação do ciclo de crescimento econômico, intensificado pela crise internacional, seria imputada ao cassino financeiro do capitalismo internacional volátil e usurpador de oportunidades?", ironizou.
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