Parte do grupo que desocupou área de senador se instala em novos locais Integrantes do MST foram levados para outros dois acampamentos, em GO. Cerca de 3 mil famílias ocupavam a propriedade há mais de 6 meses.
Parte dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que desocuparam a Agropecuária Santa Mônica, pertencente ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), em Goiás, já começa a se instalar em outros assentamentos. A retirada dos acampados, determinada pela Justiça, segue ocorrendo nesta quinta-feira (5).
Caminhões e ônibus transportaram algumas famílias para outros dois pontos: um às margens da BR-060, em Alexânia, e outro na GO-230, entre Vila Propício e Goianésia. Os outros acampados devem ser levados para um assentamento em Corumbá de Goiás.
A Polícia Militar acompanha o trabalho de retirada dos acampados. O procedimento ocorre de forma pacífica e até o momento, não foi registrada nenhuma ocorrência. A previsão é de que toda a área seja desocupada até o final de semana.
Desocupação
A desocupação começou por volta das 8 horas. A fazenda é distribuída entre as cidades de Alexânia, Abadiânia e Corumbá de Goiás. Segundo o MST, cerca de 3 mil famílias estavam no local desde o dia 31 de agosto do ano passado por considerarem que a terra é improdutiva.
Apesar de deixar o local, o movimento afirma que ainda não desistiu da área. "Tivemos muitas negociações, mas neste momento decidimos, por unanimidade, respeitar a decisão judicial e desocupar a propriedade. Mas esse local ainda será sede do maior acampamento de reforma agrária deste país", destacou um dos coordenadores da ocupação, José Valdir Misnerovicz.
O representante afirma ainda que uma reunião entre integrantes do MST e do Governo Federal estabeleceu compromissos para a categoria como a verificação da fazenda e a disponibilização de 18 mil hectares de terra em oito áreas da região, em um prazo de 60 dias.
Ordem judicial
O senador conseguiu na Justiça a desocupação da fazenda. A decisão foi assinada pelo juiz Levine Raja Gabaglia Artiaga, da Comarca de Corumbá de Goiás, assinada em setembro de 2014. O movimento entrou com pedido de liminar, que foi negada pelo juiz substituto de 2º grau, Marcos da Costa Ferreira, alegando que a fazenda é produtiva e não preenche os requisitos para ser desapropriada para a reforma agrária.
Na segunda-feira (2), parte dos acampados queimou pneus e interrompeu o tráfego na BR-060 e na GO-225, que passam em frente à sede da fazenda, por cerca de cinco horas.
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