Genes basco e nigeriano têm forte presença em sul-americanos Genoma de mais de 4 mil foram usados para determinar ancestrais. Estudo foi publicado na revista científica 'Nature Communications'.
Um estudo divulgado pela revista "Nature Communications" revela a forte presença de genes de alguns povos africanos e europeus, como os iorubás da Nigéria e os bascos, no genoma da população atual da América do Sul.
Cristian Capelli, da Universidade de Oxford, e seus colegas usaram dados genéticos de mais de 4.000 americanos, europeus e africanos para determinar a contribuição dessas populações ancestrais diferentes na população atual das Américas do Norte e do Sul.
Para os nove países hispânicos da América do Sul, a maior contribuição europeia vem da Espanha, de acordo com o estudo. Mas os pesquisadores afirmam ter descoberto "pela primeira vez" a assinatura genética de ancestrais bascos em cinco de cada seis sul-americanos.
Entre os imigrantes espanhóis do século XVI e XVII estavam muitos bascos, especialmente no México, em Cuba, no Chile, no Peru e na Colômbia, observa a pesquisa, publicada na revista Nature Communications.
O estudo também mostra que os iorubás da África Ocidental são os "maiores contribuintes" genéticos africanos para toda a população das Américas, já que esta região foi a mais afetada pelo comércio de escravos.
Outros povos, como os Mandingos (Senegal e Gâmbia) e os Bantos (África do Sul e África Oriental) também foram identificados no DNA do povo americano.
Mapa publicado na revista "Nature" descreve a zona de influência dos povos europeus e africanos ao colonizarem a América do Sul (Foto: Reprodução/Nature)
Influência italiana
Entre os outros grupos europeus detectados, os pesquisadores descobriram uma contribuição significativa de pessoas do sul da Itália e da Sicília. Eles também encontraram uma forte contribuição de antepassados franceses entre um grupo de afro-americanos, "refletindo a imigração francesa colonial no sul dos Estados Unidos durante o período colonial".
Os pesquisadores também mostraram que as populações do Caribe tinham maior componente africano do que os povos da América do Sul, refletindo o maior número de escravos que chegaram a estas ilhas.
"Conhecer os rastros deixados pelos antepassados no DNA da população americana de hoje é essencial para levar em conta o desenvolvimento de doenças e de medicamentos para combatê-las", explicou Cristian Capelli.
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