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Meio Ambiente
Domingo - 16 de Setembro de 2012 às 16:23
Por: Dhiego Maia

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Robson Luiz
Fogo consumiu região de morrarias do parque
Fogo consumiu região de morrarias do parque
O incêndio que consumiu uma área equivalente a três mil campos de futebol durante oito dias foi controlado no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, um dos principais pontos turísticos  de Mato Grosso localizado a 65 quilômetros de Cuiabá. Grupos de brigadistas e até aeronaves trabalharam no controle das chamas. O clima também ajudou. Chuvas esparsas no entorno do parque alavancaram o índice de umidade e, consequentemente, auxiliaram na redução dos focos de incêndio no local.

Na última sexta-feira (14), um dos dias mais críticos, a administração do parque chegou a fechar três pontos de visitação. O Morro de São Jerônimo, o Circuito das Cachoeiras e a cachoeira Véu da Noiva não puderam receber turistas. A determinação vigora até este domingo (16) e poderá ser reavaliada após o controle dos incêndios.

Além de afetar o turismo, por onde passou, o fogo deixou marcas de destruição que irão influir em todo o ecossistema do parque. De acordo com a analista ambiental, Carolina Potter, as plantas da região não estão adaptadas a tanto estresse provocado pelos incêndios constantes. “Estamos na época da florada das plantas. Mas agora ao invés delas gastarem energia para florescer elas terão que gastar energia para produzir folhas de novo, para renascer. Essas plantas não estão preparadas para um fogo tão intenso em um clima tão seco como esse”, explicou.

Para apagar as chamas, a administração do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães elaborou estratégias e contou com o auxílio de brigadistas do Instituto Chico Mendes (ICMbio), órgão que controla o parque, de homens da Brigada de Incêndios de Cuiabá, além do Corpo de Bombeiros. Um helicóptero que levou os brigadistas a pontos exatos de incêndio foi um diferencial no combate às chamas. “O helicóptero nos ajudou muito porque conseguimos chegar aos locais de incêndio em cinco minutos”, apontou o diretor do parque, Cecílio Pinheiro.

Desespero dos animais
Ronaldo Mendes, um dos brigadistas que ajudou a controlar o incêndio, relata que se emocionou ao ver o desespero dos animais à procura de abrigo contra o fogo. “O vento espalhava o fogo. Os animais não davam conta de fugir. Vimos uma onça correndo com seu filhote, uma cobra e outros animais silvestres já queimados. Foi uma coisa horrorosa ver toda essa destruição que o homem faz”, revelou.

Uma das dificuldades apontadas pelo brigadista durante os combates foi o vento. Labaredas de fogo se alastravam, segundo ele, a todo momento e formaram, na região de morraria do parque onde se concentraram os combates, uma coluna de fogo de aproximadamente 100 metros. "Quando a gente percebeu, de 100 metros de fogo, o vento deu ao fogo quilômetros de extensão. Mas nós conseguimos evitar que ele (fogo) atingisse o outro lado da morraria e fosse até o Véu da Noiva", relatou Mendes.

Já no entorno do parque a destruição foi bem maior. Um dos três focos teve início numa região próxima ao rio Mutuca e percorreu sete quilômetros até a região de Morraria. Estimativas do ICMbio apontam que foram devastados 13 mil hectares de vegetação.





Fonte: Do G1 MT

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