Na terceira fase do julgamento, os ministros continuaram analisando as denúncias de lavagem de dinheiro no Banco Rural e nas empresas do publicitário Marcos Valério, que fizeram parte de um complexo esquema financeiro que acabou beneficiando o Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo a maioria dos ministros, o dinheiro que circulou pela rede de corrupção tinha origem pública e foi "lavado" em falsas operações realizadas entre o Banco Rural e as agências de publicidade de Valério.
De acordo com a acusação, depois dessas operações o dinheiro chegava ao PT e era utilizado para financiar campanhas políticas e para subornar dezenas de deputados com a intenção de conseguir apoio, que o governo não obteve nas eleições, da maioria dos congressistas.
Dos 37 acusados, somente dez foram acusados de lavagem de dinheiro e dois deles, Ayanna Tenório - ex-vice-presidente do Banco Rural - e Geiza Dias - antiga empregada de Valério - foram declarados inocentes durante a sessão de hoje.
Marcos Valério e seus sócios Cristiano Paz e Ramón Hollerbach, a diretora de suas agências Simone Vasconcellos e seu advogado Rogério Tolentino foram condenados por lavagem de dinheiro.
Também foram declarados culpados os ex-diretores do Banco Rural Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane.
Devido a sua complexidade, o processo foi dividido em sete capítulos. O terceiro capítulo foi concluído na sessão de hoje.
O primeiro capítulo se referiu a desvios de recursos públicos em que foram condenados o ex-presidente da Câmara dos Deputados, o deputado João Paulo Cunha (PT); o publicitário Marcos Valério e seus dois sócios, além do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato.
No segundo, três diretores do Banco Rural foram considerados culpados pelo crime de gestão fraudulenta.
As sentenças serão pronunciadas pelos ministros assim que o processo for concluído.
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