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Meio Ambiente
Segunda - 18 de Novembro de 2013 às 15:01

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 Embora a quantidade de gases de efeito estufa emitidos pelo Rio de Janeiro tenha aumentado entre 2005 e 2010, a intensidade de emissão desses gases caiu 3% no período. Um dos responsáveis pelo inventário feito em parceria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Secretaria de Estado do Ambiente, professor Emilio La Rovele, explica a diferença: “As emissões aumentaram porque a atividade industrial aumentou, mas como o PIB do Estado também cresceu, nos permite fazer a conta de que houve diminuição de intensidade dessa emissão”. De 2005 a 2010, o Rio passou de 59,3 milhões de toneladas de carvão/ano para 67 milhões.
 
O principal fator para a queda do índice foi o declínio do índice de desmatamento no Estado, que caiu pela metade no período, e, segundo o estudo, seguindo uma tendência nacional. “No Brasil, o peso do desmatamento é muito maior do que no Rio. Se fosse o mesmo no Brasil, teríamos até diminuído as emissões. Por isso, conseguimos diminuir o teor de carbono por unidade de produto”, explicou o secretário, que já foi Ministro do Meio Ambiente. Para Minc, o aumento da emissão de gases de efeito estufa no período era algo já esperado pelo aumento da atividade industrial no Estado, com novas indústrias automobilísticas, o porto do Açu e o Complexo Petroquímico do Estado, o Comperj, em Itaboraí, por exemplo.
 
A subsecretária de Economia Verde Suzana Khan explicou ainda que os números são fruto de um intenso trabalho de direcionamento de investimentos na política do setor junto a um trabalho de fiscalização cada vez mais intenso, principalmente em cima das indústrias.
 
“Somos o único Estado da Federação que exige a cada empresa que declare quanto emite e que impõe metas de redução absoluta de emissões”, afirma Carlos Minc, dizendo que desde o ano passado todas as renovações de licenças ambientais feitas pelo Estado estão atreladas a esses índices de diminuição de emissão de gases. “Isso faz com que nossas indústrias estejam sempre renovadas com o que mais tecnologicamente moderno para atingir essas metas”, completou.
 
A energia lidera o aumento dessas emissões em mais de 33% nos últimos cinco anos. Não apenas da indústria, mas muito também no setor de transportes, onde a política nacional acabou por incentivar a compra de veículos individuais e a utilização de combustível fóssil, com o congelamento do preço da gasolina. “Como é que você vai aumentar a política de incentivar o etanol quando a gasolina vale mais a pena? Toda a política climática tem que ser o contrário disso”, afirmou Minc, ressaltando que não diverge da política da presidente Dilma Rousseff, mas que, quando ministro do governo petista, foi voto vencido no assunto. “Eles temiam pela crise e decidiram por esse caminho”, explicou, dizendo que há sinais de que o governo em breve vai inverter essa posição e voltar a apostar no etanol.
 
Por fim, os números de emissão, de acordo com Minc, poderiam ser maiores no futuro, caso a usina termelétrica a carvão do Porto do Açu não tivesse sido vetada pela Secretaria. “A Usina emitiria em apenas um ano todo o crescimento do Estado em cinco anos. Aumentaria em apenas um ano um total de 7,2 milhões de toneladas de carvão/ano, 12% do que aumentou em cinco”, explicou, dizendo que o veto não inviabiliza o funcionamento do Porto, já que a Petrobras garante o fornecimento de gás para o funcionamento de todo o complexo.




Fonte: Terra

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