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Quinta - 09 de Junho de 2016 às 16:26
Por: Carlos Dorilêo - Folha Max

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Silval Barbosa durante depoimento na CPI da Copa na Assembleia
Silval Barbosa durante depoimento na CPI da Copa na Assembleia

A CPI da Copa do Mundo na Assembleia Legislativa descobriu que cerca de R$ 400 milhões foram desviados nas 56 obras realizadas em Cuiabá e Várzea Grande. A revelação foi feita pelo presidente da comissão, deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), que deve apresentar ainda neste mês o relatório conclusivo da CPI.

De acordo com Oscar, as fraudes eram concretizadas através de um “jogo de planilhas”. Os operadores, além de elevar os valores de alguns itens, tinham o cuidado de oferecer descontos em serviços que não seriam executados, com objetivo de “maquiar“ uma economia aos cofres públicos.

“Eram colocados descontos em serviços que não foram executados e elevação de valores de 20% a 30% em outros itens, como o caso dos carros do VLT que estavam projetados no início do RDC em R$ 400 milhões e tiveram um acréscimo de 21% do valor da proposta, porque sabiam que este item ia ser pago, aí tinha que vir mais dinheiro. Já o item que sabiam que não seria executado estava com desconto de 32%”, colocou o parlamentar em entrevista ao Jornal do Meio Dia (TV Record).

O presidente da comissão também disse que ficou constatado no trabalho da comissão que algumas licitações teriam “cartas marcadas”. “A condução de alguns processos licitatórios, inclusive da Arena, dá-se a entender que tinha um comprometimento a ser cumprido”, observou.

O parlamentar destacou que este esquema já havia sido denunciado pela sua esposa, ex-deputada Luciane Bezerra (PSB), na legislatura passada. “Ela disse que vazou que ia ser a empresa tal, tal, tal. E ela não tem bola de cristal. Então, na oportunidade foi falado na tribuna da Assembleia que haveria direcionamento para as empresas que ganhariam estádio e o VLT. Só que nada foi feito, até porque tinham 22 deputados na base do Silval Barbosa e nada foi falado”.

Em relação aos indiciados pelas fraudes, dois nomes são dados como certo: o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário da Copa do Mundo, Maurício Guimarães. “Ex-governador não tenha dúvida porque era o gestor. O secretário da Secopa, e não seria uma antecipação nenhuma falar, é um fato consumado uma vez que era o gestor responsável”, colocou.

Porém, nomes de pessoas de “menor escalão”, como engenheiros e arquitetos, que teriam contribuído para que as fraudes ocorressem também serão citados no relatório. Oscar explicou que, algumas destas pessoas, disseram que só assinaram documentos, o que não os isenta das responsabilidades. “Vai ter um peso muito maior aos cabeças, mas não minimiza também a participação desses que se propuseram fazer o papel de “laranja”, declarou.





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