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Ciência/Pesquisa
Segunda - 25 de Julho de 2016 às 14:21

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De acordo com os especialistas que fizeram a nova proposta de diagnóstico, pessoas com comprometimento cognitivo leve, um sinal precedente do Alzheimer, que também apresentam alterações de comportamento e personalidade.
De acordo com os especialistas que fizeram a nova proposta de diagnóstico, pessoas com comprometimento cognitivo leve, um sinal precedente do Alzheimer, que também apresentam alterações de comportamento e personalidade.

Mudanças de personalidade ou de comportamento que já duram meses podem ser um sinal prematuro de demência. No domingo, durante a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, realizada em Toronto, no Canadá, um grupo de neuropsiquiatras e especialistas em Alzheimer propôs a criação de um novo critério de diagnóstico para a doença.

De acordo com os especialistas, a ideia é reconhecer e medir mudanças bruscas e duradouras de humor e comportamento, que podem preceder os problemas de memória e pensamento característicos da demência. Segundo eles, esses sintomas muitas vezes são deixados de lado pelos médicos. A nova proposta de diagnóstico consiste em uma lista de 38 perguntas que podem ser usadas para identificar pessoas com maior risco de desenvolver Alzheimer.

Alzheimer é uma doença progressiva. A perda de memória é uma característica comum da enfermidade, mas sintomas como ansiedade, confusão e desorientação também podem ser facilmente identificados por membros da família.

“Esta nova proposta ajuda a identificar um novo estágio clínico da doença e tem o potencial para representar uma mudança de paradigma no teste tradicional de neuro degeneração. Deixa de ter um único foco na memória para englobar também o comportamento.”, disse Maria C. Carrillo, chefe oficial de ciências da Associação de Alzheimer.

Nova proposta

Baseado no diagnóstico do comprometimento comportamental leve (MBI, na sigla em inglês), o check-list tem como objetivo analisar cinco categorias de sintomas comportamentais, que incluem apatia, ansiedade em relação a eventos cotidianos, adequação social, perda do controle sobre os impulsos e falta de interesse pela comida. Entre os questionamentos, estão perguntas como: “a pessoa se tornou agitada, agressiva, irritável ou temperamental?”, “possui crenças irrealistas sobre seu poder, riqueza ou habilidades?” e “não se importa com mais nada?”.

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Segundo Zahinoor Ismail, neuropsiquiatra da Universidade de Calgary, no Canadá e membro do grupo que propôs o novo diagnóstico, já existem estudos e relatos que sugerem que mudanças emocionais e comportamentais são sintomas indicativos do processo de demência. Ele cita como exemplo o caso de um senhor de 68 anos que, de repente, começou a usar cocaína. Essa mudança de comportamento antecedeu o surgimento de problemas de memória e, mais tarde, o desenvolvimento da demência.

“O que quer que esteja corroendo a memória e as habilidades de pensamento no processo de demência também pode afetar os sistemas de regulação emocional e auto-controle do cérebro. Pacientes com Alzheimer que apresentaram esses sintomas pioraram muito ao longo do tempo.”, disse Ismail ao jornal americanoThe New York Times.

Ainda segundo o especialista, autopsias cerebrais mostraram que esses pacientes tinham mais danos cerebrais do que aqueles sem os sintomas de personalidade. “Para ser classificado como MBI, o sintoma precisa ter duração mínima de seis meses e não ser apenas um desvio no comportamento, mas uma mudança fundamental”, afirma.





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