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Quarta - 27 de Julho de 2016 às 10:01
Por: Rafael Costa Folha Max

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Na delação premiada firmada com o Ministério Público Estadual (MPE) e devidamente homologada pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Arruda, o ex-presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), Afonso Dalberto, atribuiu ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e ao ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf, a responsabilidade pelo pagamento dos R$ 7 milhões desviados na compra de um terreno público que já pertencia ao Estado por meio de uma fraude que contou com a conivência do médico Filinto Correa da Costa. O esquema veio à tona em fevereiro deste ano quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Seven deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Afonso Dalberto ainda revelou que o Intermat se recusou a fazer a avaliação técnica que acrescia 721 hectares ao Parque Estadual por carência de dados técnicos. Posteriormente, o parecer considerado fraudulento pelas investigações, foi assinado pelo secretário adjunto de Administração, coronel da Polícia Militar José Nunes Cordeiro, que não tinha conhecimento técnico para tal.

No depoimento, é citado que a Secretaria de Estado de Cidades se recusou a fazer o levantamento técnico do terreno por falta de dados. O processo de avaliação da área retornou ao Intermat.

A partir daí, Afonso Dalberto revelou que foi pressionado pelo procurador do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima, o Chico Lima, e o secretário de Estado, Pedro Nadaf, para realizar a avaliação da área. “O interrogando recebeu diversas ligações do procurador do Estado, Francisco Andrade Lima, e da Casa Civil, Pedro Nadaf, para que realizasse a avaliação da área, que em todo o momento, a resposta do interrogado era “não é possível fazer, face a ausência de elementos técnicos”.

Após o processo de ampliação do Parque Estadual das Águas ter sido concretizado por meio de fraude, Afonso Dalberto foi convocado a participar de uma reunião na Casa Civil. Naquela ocasião, estavam presentes o então governador Silval Barbosa, Pedro Nadaf e Chico Lima. Os três exigiram que fosse autorizado pelo Intermat a liberação do pagamento de R$ 7 milhões para o pagamento do terreno.

Como informou que não tinha dinheiro sequer para comprar café, imediatamente Silval Barbosa e Pedro Nadaf disseram: “pode deixar que isso nós vamos resolver”.

Afonso Dalberto ressaltou ainda que não tinha autonomia administrativa para autorizar um pagamento de R$ 7 milhões. “Apenas por ordem do governador é que foi alocado recursos para esta especial finalidade, que na verdade, senão tivesse recebido essa ordem, não teria determinado o pagamento já que a avaliação feita pela SAD pode ser considerada "estranha", vez que baseada e feita apenas com base em memorial descritivo, sem a necessária vistoria "in loco"; Que nos 09 (nove) anos que presidiu o Intermat nunca ocorrera fato análogo a este, totalmente atípico, pelas razões já expostas”.





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