MT é o 3º maior empregador do país Depois de três meses demitindo mais do que contratando, Estado – impulsionado pela agropecuária – volta a gerar novas vagas no mercado formal
Mato Grosso fechou o mês de junho como o terceiro maior empregador do país ao gerar 2.589 novas vagas de trabalho formal, aquelas com carteira assinada. Mais de 82% das novas frentes foram geradas no campo, com a agropecuária (+2.135 postos), seguido da indústria de transformação que adicionou mais 451 novas frentes. Depois de três meses seguidos acumulando mais demissões do que contratações, Mato Grosso encerra o período com saldo positivo, atrás apenas do registrado nos estados Minas Gerais (+4.567), Goiás (+3.369), que também tiveram o nível de empregos impulsionado pela agropecuária.
O saldo positivo de 2.589 novas vagas criadas no mês passado é resultado da movimentação registrada entre os 30.349 admitidos contra os 27.760 demitidos, o que gerou um resultado positivo no nível de empregabilidade no Estado, índice que não se via desde abril, quando o volume de demissões ao final do mês vinha superando as contratações.
A criação de 2.589 frentes de trabalho, mesmo sendo um número positivo ao Estado, é o menor saldo para os meses de junho desde 2007 e é 28% menor do que o saldo de vagas geradas em junho de 2015, que foi de 3.602. De acordo com uma fonte do MTE, em Brasília, a retomada da atividade no campo, com a colheita da segunda safra, e da movimentação das indústrias, tiraram Mato Grosso de um desempenho ruim para uma posição de destaque no ranking nacional da geração de empregos. “O saldo {de novas vagas} pode ser menor em relação a junho do ano passado, mas os números mostram que Mato Grosso saiu de uma repetida posição de demissor para estar entre os maiores empregadores do país. O desemprego no país ainda assusta, mas está perdendo a força, o otimismo está sendo recuperado, os investimentos estão sendo revistos e recolocados em práticas e pouco a pouco o contexto será melhorado”.
Conforme dados Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho, somente oito estados tiveram resultado positivo no mês de junho. O país encerrou o mês com o corte de 91.032 vagas de empregos formais, resultado que mantém a tendência de mais demissões que contratações no mercado de trabalho.
Em Mato Grosso, a reação após três meses de demissões maiores que as contratações veio do campo com a intensificação da colheita das segundas safras de milho e algodão, culturas, que assim como a soja, o Estado é líder nacional em produção. O resultado fica impresso nas cidades que lideram as contratações no período. Os municípios que mais empregaram em junho, em Mato Grosso, na ordem, foram: Primavera do Leste, Sorriso, Sinop, Nova Mutum e Barra do Bugres, todos essencialmente agrícolas, voltados à produção de grãos e fibras, com exceção de Barra do Bugres, que cultiva muita cana-de-açúcar, mas exige bastante mão de obra e também está em plena safra.
ACUMULADO – De janeiro a junho, Mato Grosso gerou apenas 5.730 novas vagas, é o pior acumulado para o primeiro semestre da série histórica do Caged estadual desde o início do levantamento, em 2003. No ano passado, por exemplo, os seis primeiros meses finalizaram com um estoque de novas frentes de trabalho de 9.118 e o recorde foi em 2012, quando nesse mesmo período o Estado havia gerado 36.851 novas vagas formais.
BRASIL - O emprego formal teve resultado positivo somente em oito unidades da Federação em junho. Foram elas: Minas Gerais (4.567), Goiás (3.369), Mato Grosso (2.589), Acre (191), Piauí (101), Amapá (54), Mato Grosso do Sul (35) e Maranhão (17). A maior queda no nível de emprego formal foi registrada em São Paulo (-29.915), influenciada pela queda de postos de trabalho na Construção Civil (-8.447) e no Comércio Varejista (-5.561). Houve também perda de vagas no Rio de Janeiro (-15.748) e Rio Grande do Sul (-10.340).
Mesmo com o corte de pouco mais de 91 mil postos de trabalho, o Ministério do Trabalho destaca que o resultado melhorou em relação a junho de 2015, quando foram fechados 111.199 postos formais. No acumulado deste ano, o Caged contabiliza 531.765 vagas fechadas e, nos últimos 12 meses, o saldo chega a 1,76 milhão de postos com carteira assinada a menos.
O setor de serviços registrou a maior queda de vagas formais em junho deste ano, com fechamento de 42.678 postos de trabalho. O setor inclui a atividade bancária, transportes, comunicações, ensino
A indústria da transformação teve a segunda maior perda de postos, com fechamento de 31.102 vagas. A construção civil fechou 28.149 vagas e o comércio, 26.787 postos.
As únicas atividades com novas vagas abertas foram a agricultura e a administração pública. A primeira abriu 38.630 postos em junho e a segunda, 790 vagas.
Divulgado desde 1992, o Caged registra as contratações e as demissões em empregos com carteira assinada com base em declarações enviadas pelos empregadores ao Ministério do Trabalho.
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