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Segunda - 15 de Agosto de 2016 às 16:39
Por: Carlos Dorilêo - Folha Max

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O ex-secretário Pedro Nadaf depõe em instantes à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, na ação penal referente a 1ª fase da “Operação Sodoma”. Nadaf será reinterrogado, pois já havia prestado depoimento em fevereiro deste ano.

Nos bastidores, são fortes os rumores de que o ex-secretário tenha firmado um acordo de delação premiada para colaborar com a Justiça em troca de benefícios. O ex-secretário está preso há 11 meses e teve vários pedidos de liberdade negados pela Justiça.

A defesa de Nadaf, comandada pelo advogado Alexandre Abreu, confirmou que ele deve colaborar com a Justiça no novo depoimento. No entanto, ele nega que se trate de uma delação premiada. "Com os novos fatos, que surgiram com vários depoimentos e novos documentos, nós solicitamos um novo depoimento para que o senhor Pedro Nadaf esclareça esses fatos. Não faz parte de nossa estratégia realizar uma delação premiada", disse o ex-secretário em entrevista a imprensa.

VEJA EM TEMPO REAL

16h32 - Nadaf ainda afirma que não sabia do envolvimento de Marcel na "Operação Seven", que investiga a compra de uma área de R$ 7 milhões na região do Lago do Manso. "Não imaginava que ele tinha recebido também nesse esquema", disse.

16H25 - O ex-secretário assegura que Marcel tinha a função de blindar a organização criminosa. Nadaf evita responder quantas vezes esteve no Cira, que investiga grandes empresários por crimes de sonegação no Estado. O clima fica tenso entre as defesas de Nadaf e Marcel.

16H22 - Nadaf detalha que todos ex-secretários e Silval tinham consciência de que estavam usando João Rosa para pagar dívidas. Questionado se houve casos semelhantes ao dono da Tractor Parts, ele diz que não pode falar por recomendação dos advogados. Ele volta a falar que Marcel fez de tudo para evitar que a Lei da Blindagem de empresas fosse derrubada.

16H18 - O ex-secretário acrescenta que João Rosa zangou porque foi cobrado após a gestão para manter a propina. Por isso, acusou os ex-secretários de extorsão.

16H13 - Nadaf revela que o João Rosa tinha direitos aos incentivos de forma legal, mas não foi feito. "Parcela da culpa é minha por isso", comenta. Ele também aponta que João Rosa não mentiu em juízo.

16H05 - A audiência é retomada. Nadaf responde a defesa de Marcel que o ex-secretário sabia de tudo. Afirma que Marcel dava parecer, orientações em outras situações que ele não quer dizer. "Ele orientava o governador em formas ilícitas para beneficiar a organização", assinala, ao revelar que Marcel, à epoca secretário adjunto da Sefaz, já tinha participação desde a época em que Éder Moraes comandava a Casa Civil.

15H44 - Juíza questiona Nadaf quem seria o credor de R$ 2 milhões que ameaçou Silval de morte. Nadaf evita dizer o nome pelo fato da pessoa não ser alvo da investigação. O ex-secretário chora e que que Silval sabe que João Rosa deu os R$ 2 milhões para pagar dívidas de campanha. Ele ainda garante que Silval se enriqueceu como governador com esquemas e não apenas pagou dívidas de campanha. A audiência tem um intervalo de 10 minutos.

15H36 - Nadaf reafirma que João Rosa tinha R$ 2,5 milhões em créditos na Sefaz e deu mais R$ 2 milhões em propina para quitar dívida de Silval. Por isso, o Prodeic foi feito de R$ 4,5 milhões.

15H30 - O ex-secretário diz que Silval sabia o que eles estavam fazendo na corrupção dos incentivos do João Rosa, mas não saba detalhes. Conta que a dívida de Silval foi paga e o cobrador nunca mais o procurou. Diz que aorganização criminosa sempre pedia cheques pequenos por ser mais fácil de operação.

15H21 - Nadaf assinala que as dívidas de Silval eram de cunho político. Ele afirma que Sílvio comandava tudo a mando de Sílvio e que atuava recebendo créditos e débitos. "As propinas caiam diretamente para eles", detalhou. Revela que o ex-secretário Marcel fez uma planilha e que eles e ex-governador se reuniram para debater a Lei da Blindagem de empresas na CPI da Assembleia.

15H16 - Segundo o ex-secretário, Sílvio organizava o pagamento de fornecedores para cobrar propinas e que Chico Lima só se explicava para Silval. Cita que a secretária Karla sabia que o dinheiro que recebia era ilícito. Detalha que Chico Lima emitia pareceres jurídicos para beneficiar a organização criminosa.

15H13 - Nadaf reafirma que recebeu R$ 1,501 milhão de João Rosa, sendo que R$ 15 mil entregou para Marcel e R$ 500 mil para Chico Lima. Ele revela que, após o fim do Governo, ficou com valores a receber dentro da organização. Ele ainda acrescenta que na condição hierárquica o maior percentual era para Chico Lima.

15H10 - O ex-secretário diz que as empresas de João Rosa deveriam receber o enquadramento apenas e que houve a inclusão da vistoria par aparentar legalidade. Ao todo, João Rosa recebeu R$ 4 milhões em incentivos e devolveu R$ 500 mil para pagar dívida de Silval e o restante em cheques.

15H04 - Nadaf revela que Silval chegou a ser ameaçado de morte por dívidas de campanha dentro do palácio Paiaguás. Assevera que o Prodeic é pelo período de 10 anos, mas que das empresas de João Rosa foi de quatro com aditivos.

15h00 - O ex-secretário explica que antes da gestão de Silval as coisas eram diferentes no Governo. Nadaf detalha que os ex-secretários tinha produtividade na corrupção. "Quem trabalhava mais nos esquemas ganhavam mais na distribuição. Teve vez que eu não participei e não ganhei nada". Nadaf conta que alguém da Sefaz lhe informou que ambos seriam presos. Assinala que a defesa de João Rosa na CPI era de interesse da organização. Conta que do dinheiro extorquido de João Rosa, R$ 500 mil foram repassados para Chico Lima pagar a dívida de campanha de Silval.

14H50 - Nadaf explica ainda que o delegado Anderson falou que não podia mais ajudar. Ele garante estar disposto a reparar os danos causados ao erário público e diz que tentou procurar João Rosa para saber se ele estava fazendo delação. Assinala que os cheques recebidos como propina prejudicaram várias pessoas. Afirma que usou a conta de um amigo que perdeu o emprego após a operação. Comenta que envolveu a secretária Karla na confusão. No entanto, garante que todos réus tinha consciência do que estavam fazendo.

14H45 - Nadaf conta que um dia Silval lhe informou que ambos estavam grampeados. A informação foi passada por alguém da Polícia Civil que lhe devia gratidão. Ai, ele entrou em contato com o delegado Anderson Garcia, mas ambos não conseguiram se encontrar. Nesse período, Marcel lhe mandou uma mensagem dizendo que ambos precisavam se encontar urgente. O encontro foi numa praça no bairro Shangri-la quando Marcel lhe disse que recebeu uma informação de que os dois seriam presos e que João Rosa estava usando escutas. Em seguida, o próprio Silval confirmou que Rosa estava e fato gravando as conversas. Conta que o gerente Florindo, da empresa City Lar, também tentou marcar um encontro de Nadaf com João Rosa, mas a reunião não foi realizada.

14h35 - O ex-secretário assinala que repassou um cheque de R$ 5 mil de João Rosa a Marcel e que o restante seria pago após a defesa junto a CPI. No entanto, João Rosa sumiu por cerca de 40 dias. Mesmo sem receber, Marcel fez a defesa e Nadaf pagou R$ 10 mil restantes ao ex-chefe da Sefaz. Relembra que no final de 2014 incluiu as três empresas de João Rosa no Decreto do Prodeic para incentivos fiscais.

14H31 - Nadaf afirma que Silval lhe deve dinheiro até hoje. Conta que em 2013 ele e João Rosa fizeram um contrato de consultoria para tentar maquiar o pagamento da propina. No entanto, em 2015, veio a CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa, o que gerou pânico. Detalha que João Rosa foi notificado pela CPI e que Nadaf pediu ao Marcel para fazer a defesa. "O João Rosa pagava o Marcel para ajudá-lo. Ai, o João passou um cheque", destaca.

14H25 - Segundo ele, houve uma reunião com Marcel e João Rosa. Neste encontro, Marcel disse que a Sefaz não poderia devolver o dinheiro ao empresário. No entanto, Marcel sugeriu que Rosa fosse incluído no Prodeic e pediu que o empresário pagasse os R$ 2 milhões para que a dívida da campanha de Silval fosse paga. "O governador disse que tinha que resolver o problema", afirmou. Após combinar com João Rosa o pagamento da propina de R$ 2 milhões, Nadaf informou o ex-governador sobre o acordo que resumiu apenas em dizer "beleza". A partir daí, houve os tramites burocráticos para os incentivos fraudulentos e que João Rosa optou por pagar a propina de forma parcelada. "Juntávamos todo dinheiro e pagavamos as dívidas. O que sobrava dividíamos", comenta que só aceitou receber a propina de João Rosa de forma parcelada por serem amigos há mais de 20 anos.

14H20 - O ex-secretário também entrega o procurador Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, afirmando que ele "atendia especificamente os interesses da organização e próprios". Conta que o próprio Silval lhe alertou para "abrir o olho" com Chico Lima e que "se eles deixassem o procurador venderia o Estado". Sobre a participação de sua secretária Karla Cecília, Nadaf explica que ela tinha a função de receber as propinas para ele. "Ela sabia que era um dinheiro ilícito, mas não sabia de onde vinha". Nadaf explica que o empresário João Batista Rosa, dono da empresa Tractor Parts e delator da 1ª fase da "Operação Sodoma", ajudou na campanha de Silval em 2010. Em 2011, Rosa o procurou dizendo que tinha um crédito de R$ 2,5 milhões na Secretaria de Fazenda. Então, marcou uma reunião com Marcel e Silval para debater o assunto de João Rosa. Neste período, o ex-governador estava recebendo uma pressão grande para pagar uma dívida de campanha no valor de R$ 2 milhões.

14H15 - Nadaf relembra que Marcel criou uma lei que acabou sendo aprovada pela Assembleia Legislativa que blindava o Governo de investigações sobre a venda de incentivos fiscais. Ele cita que a Lei era tão ampla que impedia até mesmo o Ministério Público de investigar os processos licitatórios. Ele frisa que Silval escolhia os "secretários a dedo". Ele confessa que teve vários problemas com Sílvio Cézar Correa Araújo. "O Sílvio tinha uma postura de ingerência e causava atritos", assinala. Volta a falar sobre a lei da blindagem, que foi revogada em 2015, e assume que ele, Silval e Marcel se reuniram para tentar evitar a derrubada pelos parlamentares. "O Marcel preparou um material e todos se empenharam de blindar o Governo", diz.

14H12 - O ex-secretário explica que nunca despachou com o ex-secertário adjunto de Administração, José Nunes Cordeiro, que também está preso. Entrega o ex-secretário de Fazenda, Marcel de Souza Cursi, que também está preso qualificando-o como "expert em finanças". "O Marcel orientava o governador em tudo na organização"

14H08 - Nadaf comenta que a estratégia do grupo comandado por Silval era forte e que ele contribuia com as fruades porque "tinha toda confiança do governador". Revela que o próprio Silval negociava com empresários. "O Silval era o líder e o Sílvio seu braço direito. As licitações só eram autorizadas pelo Sílvio. Ele tinha o poder de autorizar o secretário de Administração e seus adjuntos. Os pagamentos só saiam com autorização dele, sendo que ele também cuidava das propinas", comentou. Emocionado, Nadaf pede desculpas a sociedade pelos atos que cometeu.

14H03 - O ex-secretário detalha que foi fazer parte do Governo em 2007 na gestão de Blairo Maggi. Em seguida, ele se aproximou do então vice-governador Silval Barbosa perguntando o que ele seria num eventual Governo. Na época, Silval lhe pediu que ajudasse na viabilização de recursos para campanha. A época, Nadaf revela que ajudou levantar R$ 12 milhões para a campanha de Silval em 2010, sendo que parte foi para o caixa dois. Após a vitória, em 2011, Nadaf se tornou secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia. "Todos tinham um papela na estrutura", comentou, ao dizer que a partir daí se começou levantar propina para pagar as dívidas de campanha. Revala que várias pessoas dentro e fora do Governo faziam parte da organização criminosa, mas não vai citá-las para não prejudicam a atual ação bem como outras investigações.

13H58 - Nadaf inicia o depoimento dizendo que, após ser transferido do CCC para o SOE, refeletiu muito e se setiu arrependido. Assume que prejudicou muitas pessoas de forma direta e indireta e que gostaria de assumir sua parcela de culpa nos esquema de venda de incentivos fiscais descobertos na "Operação Sodoma". Confessa que fez parte de uma organização criminosa que roubou dinheiro do Estado. "Quero assumir o que é minha culpa e os outros envolvidos que falem por si", disse, ao avisar que irá reparar os danos que cometeu ao erário público.

13h44 – O ex-secretário já se encontra na sala da 7ª Vara Criminal para prestar depoimento. Ele está visivelmente abatido. Os demais réus no processo, incluindo o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), não acompanham o depoimento.





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