Um estudo publicado no New England Journal of Medicine e apresentado nesta segunda-feira em um encontro em Viena indica que o uso de esteroides inalados por crianças com asma faz com que elas cresçam menos que outras. A pesquisa envolveu mais de 1 mil crianças entre 5 e 12 anos que receberam tratamento por mais de quatro anos em oito instituições diferentes dos Estados Unidos.
Segundo os pesquisadores, os pacientes foram divididos em três grupos: um recebia budesonida - um corticosteroide inalado; o segundo, nedocromil, um medicamento não esteroide; o último recebeu um placebo. Todas receberam albuterol - um remédio para aliviar os sintomas da doença - e corticosteroides orais necessários para o tratamento da asma.
Os pacientes foram acompanhados até os 18 (mulheres) e 20 anos (homens). O peso e a altura eram medidos a cada seis meses ou um ano. Aqueles que receberam budenosida eram em média 1,2 cm mais baixos que os demais e os que receberam o esteroide mais cedo eram os mais baixos.
Curiosamente, a lentidão no crescimento era registrada apenas nos dois primeiros anos de uso do remédio. Nos anos seguintes, a diferença média de 1,2 cm se manteve. Segundo o artigo que descreve o estudo, os pesquisadores levaram em conta diversos fatores que podem contribuir para a diferença de tamanho: há quanto tempo a criança tinha asma, etnia, severidade da doença, alergias aos medicamentos e outros.
"Nós descobrimos que não importava se eles eram meninos ou meninas ou quanto tempo tinham asma ou qualquer desses fatores. Nós também olhamos a altura dos pais e elas não influenciavam", diz Robert C. Strunk, da Universidade de Washington em St. Louis.
Segundo o cientista, deve se levar em conta o balanço entre os benefícios dos esteroides inalados, que são considerados os remédios mais efetivos no tratamento anti-inflamatório da doença, e como eles afetam a altura dos pacientes. "Nós vamos usar as mínimas doses efetivas para controlar os sintomas (da asma) e minimizar as preocupações sobre a altura na idade adulta."
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