Processos judiciais armazenados em banheiros, presença de sapos assustando moradores, infiltrações e péssimas condições de trabalho foram flagradas nas inspeções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nas comarcas do Piauí. Nesta segunda-feira, o corregedor do Tribunal de Justiça do Piauí, Francisco Antônio Paes Landim Filho, afirmou que a situação das unidades judiciárias no Estado é "deplorável".
No fórum de Aroazes, a 219 km de Teresina, capital do Estado, os juízes constataram a presença de sapos em áreas de serviços, além de armas jogadas no chão e em local inapropriado. Nas imagens divulgadas pela Corregedoria são vistos servidores convivendo com marimbondos, papel higiênico em cima de processos e pia servindo para guardar monitor de computador. Em outros casos, o espaço de trabalho de servidores é do tamanho de uma carteira escolar.
Em coletiva, o corregedor anunciou que a ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, deu um prazo de 45 dias para fazer as licitações necessárias. A ministra encaminhou ao Tribunal de Justiça do Piauí um plano de reestruturação com 23 itens que determina concurso público, instalação de novo parque tecnológico e processo de digitalização de todos os processos.
"A situação podemos chamar de deplorável na medida em que fóruns cartórios e penitenciárias estão com estruturas insuficientes para a prestação de serviços", disse o corregedor. No Piauí existem 94 comarcas e, de acordo com o TJ, 70% deles precisam de reforma. O plano de reestruturação definido pela ministra Eliana Calmon prevê gastos de R$ 20 milhões.
Paes Landim revelou, ainda, que existem comarcas no Piauí que ficam até dois meses com sistema fora do ar, prejudicando o andamento dos processos. "O nosso parque está obsoleto, com precária conexão de internet, considerando que na maioria das comarcas o sistema fica fora do ar", garantiu o corregedor.
Comentários