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Ciência/Pesquisa
Quarta - 02 de Agosto de 2017 às 10:01
Por: Veja.com

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Segundo dados levantados pela Global Footprint Network, seria necessário 1,7 planeta para suprir nosso consumo anual de recursos naturais (NASA/VEJA)
Segundo dados levantados pela Global Footprint Network, seria necessário 1,7 planeta para suprir nosso consumo anual de recursos naturais (NASA/VEJA)

A humanidade consumiu, nesta quarta-feira, o total dos recursos naturais que a Terra pode renovar em um ano. Co isso, viverá “de crédito” dos recursos armazenados até 31 de dezembro, calcula a ONG Global Footprint Network. Segundo a organização, que emitiu um comunicado em conjunto com a World Wildlife Fund (WWF, na sigla em inglês), esse momento, conhecido como “Dia de Sobrecarga da Terra”, chega mais cedo a cada ano.

“A partir dessa data, a humanidade terá consumido o conjunto dos recursos que o planeta pode renovar em um ano”, escreveram as ONGs no comunicado. “O custo deste consumo excessivo já é visível: escassez de água, desertificação, erosão dos solos, queda da produtividade agrícola e das reservas de peixes, desmatamento, desaparecimento de espécies. Viver de crédito só pode ser algo provisório porque a natureza não conta com uma jazida para nos prover indefinidamente.”

Segundo as organizações, para satisfazer nossas necessidades atuais, a humanidade deveria contar com o equivalente a 1,7 planeta. Embora o ritmo de progressão tenha reduzido um pouco nos últimos seis anos, esta data simbólica “continua avançando de maneira inexorável: este dia passou do final de setembro em 1997 a 2 de agosto neste ano”, destacam as ONGs.

Para seus cálculos, a Global Footprint leva em conta em particular a pegada de carbono, os recursos consumidos pela pesca, a pecuária, os cultivos, a construção e a utilização de água. As emissões de gases de efeito estufa “representam apenas 60% da nossa pegada ecológica mundial”, afirma.

Segundo as duas organizações, “sinais animadores” indicam, no entanto, que “é possível inverter esta tendência”. Apesar do crescimento da economia mundial, “as emissões de CO2 vinculadas à energia não aumentaram em 2016, pelo terceiro ano consecutivo”, ressaltam. “Isto pode ser explicado pelo grande desenvolvimento das energias renováveis para produzir eletricidade”.

A comunidade internacional se comprometeu na Conferência de Paris sobre o clima (COP21), em dezembro de 2015, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de limitar o aquecimento global.

Levando em conta os dados científicos mais recentes, a Global Footprint recalcula a cada ano a data do “Dia de Sobrecarga” para os anos passados, desde que este “déficit ecológico” começou a se aprofundar, no início dos anos 1970.

(Com AFP)





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