Policiais do Batalhão de Trânsito de Cuiabá tentam impedir o tráfego de veículos pesados na MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, a 65 quilômetros da capital, nesta quarta-feira (29). De acordo com o capitão Fábio Ricas, que participa da ação, a via foi escolhida pelos caminhoneiros para desviar do bloqueio feito pelos manifestantes na BR-364. No entanto, é proibido o trânsito de veículos de carga pela rodovia estadual que cruza o Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.
Na madrugada desta quarta-feira, os caminhoneiros interditaram dois trechos da BR-364, sendo um na saída de Cuiabá para Rondonópolis, a 218 quilômetros da capital, e outro na Serra de São Vicente, a 30 km da capital. Eles protestam contra os manifestos feitos por índios de oito etnias desde a segunda-feira (27).
Os indígenas querem a revogação da Portaria 303 da Advocacia Geral da União (AGU), prevista para vigorar a partir de setembro deste ano. A portaria regulamenta a atuação dos advogados públicos e procuradores em processos judiciais envolvendo a demarcação e o uso de terras indígenas. A AGU informou por meio de nota que deve discutir a portaria 303 com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai). As comunidades indígenas também devem ser consultadas.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que na tarde desta quarta-feira deve haver uma reunião entre lideranças indígenas e governo federal com o intuito de chegar a um acordo e terminar os protestos.
No manifesto, os indígenas fecharam as BRs 174 e 364 com troncos de árvores e atearam fogo em pneus, impedindo o tráfego de veículos nas rodovias federais que cortam Mato Grosso. Com isso, os motoristas também decidiram protestar e bloquearam a BR-364. O Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos informou que as manifestações dos índios têm gerado prejuízos à categoria. Conforme o vice-presidente do sindicato, Walter Pereira, a categoria pretende permanecer no local até a liberação da rodovia pelos indígenas.
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