Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 24 de Janeiro de 2019 às 17:13
Por: RD News

    Imprimir


Juiz da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis, Wagner Machado Junior, que decretou a prisão preventiva do empresário
Juiz da 1ª Vara Criminal de Rondonópolis, Wagner Machado Junior, que decretou a prisão preventiva do empresário

juiz da Primeira Vara Criminal da Comarca de Rondonópolis, Wagner Plaza Machado Junior, decretou a prisão preventiva do empresário do agronegócio Sérgio João Marchett, que pode ser preso a qualquer momento, inclusive pela Interpol, já que declarou ter residência na Bolívia e Colômbia.

A decisão proferida também determina que o réu seja julgado em sessão do Tribunal do Júri pelas mortes dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo, crimes ocorridos em Rondonópolis em 1999 e 2000, respectivamente. Contra Sérgio haviam algumas medidas cautelares, entre elas a de comparecimento em juízo a cada dois (2) meses, o que não estariaa sendo realizado desde julho de 2015.

Os irmãos Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo (conhecido como Zezeca) foram assassinados à luz do dia em pleno centro de Rondonópolis em 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000, respectivamente.

Investigações da polícia civil do município, apontam tratar-se de crime de mando, prática de “pistolagem”, como confessado pelos executores dos irmãos Araújo, que deu detalhes sobre o planejamento, execução, bem como nomeou os seus intermediários e mandantes.

Crimes

O primeiro crime aconteceu em 10 de agosto de 1999, quando Brandão foi surpreendido pelo pistoleiro Hércules Araújo Agostinho (Cabo Hércules), e executado a tiros de pistola. O segundo crime foi em 28 de dezembro de 2000, no qual José Carlos foi executado, também a tiros de pistola 9 mm, no estacionamento da agência central do Banco Bradesco, também no centro da cidade. Em ambos os casos Célio Alves ajudou o pistoleiro Hércules Agostinho.

De acordo com as provas produzidas nos autos, os assassinatos dos irmãos Araújo foram motivados pela disputa judicial de uma fazenda de 2,1 mil hectares, localizada na região conhecida como Mineirinho, que fica a 70 km km de Rondonópolis, em direção a Campo Grande (MS), objeto de negócio mal sucedido entre José Carlos e Sérgio Marchett, realizado em 1988.

O pistoleiro confesso, e já condenado, Hércules Agostinho, apontou como mandantes dos crimes os proprietários da empresa Sementes Mônica, mesmos proprietários da Agropecuária Marchett, Sérgio João Marchett e sua filha Mônica Marchett, a qual inclusive chegou a ficar presa por alguns dias.

Uma das provas que incriminam diretamente os mandantes foi a transferência de um veículo Gol, de propriedade da empresa Mônica Armazéns Gerais para um dos executores, o ex-soldado Célio Alves, dado como forma de pagamento pelas mortes, sendo que o pistoleiro Hércules ainda reconheceu o escritório da empresa como o local onde foram pegar a documentação do veículo.

Confissão do pistoleiro

Os crimes começaram a ser desvendados em setembro de 2003 pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), quando o cabo da PM/MT Hércules, preso para responder pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, confessou espontaneamente a participação no assassinato dos irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo.

Cabo Hércules não só assumiu os assassinatos dos irmãos de Rondonópolis, como participou da reconstituição dos crimes, apontou como co-executores o ex-soldado da PM/MT Célio Alves, o ex-sargento da PM/MT, José Jesus de Freitas (morto pelos acusados Hércules e Célio), o capitão da PM/MT, Marcos Divino, como também apontou a família Marchett como mandantes dos crimes.

Reconstituição

Em 25 de outubro de 2003 foi realizada a reconstituição dos dois crimes ocorridos em Rondonópolis, o laudo da reconstituição foi concluído no sentido de que “Não houve divergência em pontos cruciais para elucidação do caso”, possuindo 136 fotos que ilustram a dinâmica adotada pelo ex-cabo Hércules Agostinho para executar os dois irmãos.

O laudo diz ainda que há compatibilidade entre as informações dadas pelo ex-cabo em seus depoimentos e a reconstituição dos crimes. Da mesma forma, os ferimentos encontrados em ambas as vítimas são compatíveis com a arma usada por Hércules, uma pistola de nove milímetros. Na ocasião, Hércules reconheceu e apontou a Sementes Mônica, empresa da família Marchett, como o local em que ele e o ex-soldado Célio Alves receberam um veículo Gol como pagamento pela execução dos dois irmãos Araújo.

Mandantes

O Inquérito Policial concluiu como mandantes dos homicídios de Brandão e José Carlos, o empresário Sérgio Marchett e a filha Mônica Marchett.

Até hoje, somente os pistoleiros foram julgados e condenados pelas mortes, já os mandantes ainda aguardam os desfechos dos seus processos que se arrastam há mais de 15 anos na Justiça.

Em maio do ano passado, o Tribunal de Justiça livrou a empresária do agronegócio Mônica Marchett de ir a júri popular. A decisão que favorece a empresária é da Segunda Câmara Criminal do Judiciário. O relator do caso, desembargador Alberto Ferreira, votou pela pronúncia, ou seja, para que ela fosse julgada, mas não foi acompanhado pelos pares, à época, os desembargadores Pedro Sakamoto e Rondon Bassil.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/430073/visualizar/