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Concursos/Empregos
Quinta - 07 de Março de 2019 às 07:36
Por: Bernardo Caram/Especial para o Diário de Cuiabá

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O Brasil gerou 34,3 mil vagas de emprego com carteira assinada em janeiro, informou na quinta-feira (28) o Ministério da Economia.

Apesar de positivo, o número de postos formais criados no primeiro mês deste ano corresponde a menos da metade do saldo registrado em janeiro de 2018.

Os dados do mercado de trabalho em meses de janeiro vinham registrando gradual perspectiva de melhora após a recessão econômica.

Depois de fechar quase 100 mil vagas no primeiro mês de 2016, o país iniciou 2017 com uma perda menor, de 40 mil postos, chegando a um resultado positivo de 77,8 mil vagas em janeiro de 2018.

O movimento agora foi interrompido.

Entre as justificativas para o dado pior no início deste ano, a Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia informou que, por um lado, pode haver uma explicação positiva.

De acordo com a pasta, como houve um salto que aproximadamente 30 mil contratações temporárias a mais no fim de 2018, em comparação com o ano anterior, os desligamentos em janeiro dos funcionários que não foram efetivados puxaram os dados para baixo.

Os técnicos do ministério ponderam que o desempenho do mercado de trabalho tem forte aderência com a atividade econômica no país.

O secretário de Trabalho da pasta, Bruno Dalcolmo, afirmou que o crescimento de 1,1% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2018, alta considerada moderada, colabora para que o mercado de trabalho "ande de lado".

"Com a economia crescendo a 1,1%, fica difícil mesmo. O empresariado está em compasso de espera para ver como as reformas serão encaminhadas", disse.

Para ele, uma retomada mais vigorosa do emprego formal no Brasil virá após a aprovação da reforma nas regras da aposentadoria.

"A economia brasileira depende da aprovação da reforma da Previdência. Não havendo aprovação, seguramente o mercado de trabalho e o investimento sofrerão", afirmou.

De acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o setor com melhor desempenho em janeiro foi o de serviços, que criou 43,4 mil vagas, e a indústria, com 34,9 mil novos empregos.

Após o encerramento do período de vendas do Natal, janeiro trouxe perdas para o comércio, que cortou quase 66 mil vagas formais no mês.

No recorte regional, o saldo foi positivo no Sul (41,7 mil), no Centro-Oeste (22,8 mil) e no Sudeste (6,5 mil). O Nordeste fechou 30,3 mil vagas, enquanto a região Norte cortou 6,4 mil postos.

Do saldo do mês, 10% das novas vagas dizem respeito a empregos criados no chamado regime de trabalho intermitente, modelo criado pela reforma trabalhista no qual não há jornada fixa regular e o profissional é chamado de acordo com a necessidade do empregador.

Foram 3,4 mil vagas nessa modalidade criada na gestão Michel Temer (MDB).

A equipe econômica do presidente Jair Bolsonaro (PSL) defende que o país dê um passo além da reforma trabalhista como forma de facilitar a geração de empregos.

No modelo em estudo, batizado de carteira verde e amarela, o trabalhador poderia escolher entre o sistema atual, com todas as garantias previstas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), e um sistema no qual terá menos direitos trabalhistas.

Se escolher a segunda opção, terá encargos trabalhistas mais baixos.

Em declarações recentes, Bolsonaro afirmou que a lei trabalhista tem de se aproximar da informalidade e que o Brasil é o país dos direitos, mas não tem empregos.

No período acumulado de 12 meses encerados em janeiro, foram criados 471,7 mil vagas com carteira assinada no país.

Na quarta-feira (27), o IBGE (Instituto Brasileiro Geografia e Estatística) divulgou a taxa de desemprego.

Depois de duas quedas consecutivas, a taxa de desemprego no país avançou para 12% no trimestre encerrado em janeiro, contra os 11,7% dos três meses anteriores.

O crescimento da população desocupada foi de 2,6% no período, atingindo agora 12,7 milhões de brasileiros.

Foi, porém, a taxa mais baixa para o trimestre encerrado em janeiro desde 2016, mas chegou ao patamar mais elevado desde o trimestre encerrado em agosto (12,1%).





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