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Meio Ambiente
Sexta - 22 de Março de 2019 às 15:53
Por: Da Assessoria

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No Dia Mundial da Água, 22 de março, Lozinete Lopes e Eleusa Teodoro, sócias do Salão de Beleza Dita Bonita têm bons motivos para comemorar a data, devido às boas práticas adotadas no empreendimento. Localizado no Centro de Cuiabá, o estabelecimento adotou práticas sustentáveis desde a modelagem do salão, antes de implantá-lo, até o planejamento do dia a dia. A gestão hídrica faz parte dos cuidados que as empresárias têm com o meio ambiente. Torneiras dosadoras de água na lavagem dos cabelos e banheiros reduzem bastante o consumo de água, segundo elas.

Treinamentos em práticas sustentáveis para a equipe de 37 funcionários é praxe no Dita Bonita. “Eles são conscientizados sobre os cuidados que devem ter em todas as atividades, como por exemplo, reduzir o consumo de energia e água, descarte correto dos resíduos, entre outros”, afirma Lozinete.

De acordo com a Pesquisa Engajamento dos Pequenos Negócios Brasileiros em Sustentabilidade e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS), realizada Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), no ano passado, 60% das empresas disseram que adotam alguma prática para economizar água. Porém, a preocupação maior dos empresários de micro e pequenas empresas entrevistados em todas as Regiões Brasileiras é com o consumo e custos da energia: 88% declararam que possuem práticas para reduzir as contas mensais de energia ou 28% a mais do que ações em relação à gestão hídrica.

Do total de 1.887 empresários de pequenos negócios entrevistados pela pesquisa, 13% fazem tratamento e reuso de água de efluentes; 25% disseram que instalaram torneiras com acionamento automático; 29% possuem sistema de captação de água da chuva; 45% reaproveitam águas cinzas (pias, chuveiro, entre outros) para fins não potáveis (lavagem de pisos, rega de plantas e jardins, lavagem de automóveis etc; e 48% instalaram vasos sanitários acoplados com descarga de duplo acionamento.

Centro de Referência

O Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), unidade de referência nacional em sustentabilidade para o Sistema Sebrae e pequenos negócios do país, está localizado em Cuiabá, junto ao Sebrae MT. Ele tem como missão produzir e disseminar conhecimento no tema, visando a inclusão dos pequenos negócios na chamada ‘nova economia’, que está baseada em sustentabilidade e inovação.

Em abril, o CSS completará 8 anos de atividades. Durante esse período, o Centro produziu mais de 600 conteúdos em diversos formatos (cartilhas, infográficos, vídeos, relatórios de inteligência, estudos e pesquisa, casos de sucesso, etc) sobre temas fundamentais referentes à sustentabilidade para os negócios, que estão acessíveis no portal www.sustentabilidade.sebrae.com.br

Benefício da arquitetura baseada nas casas indígenas

O projeto arquitetônico do Centro é de autoria de José Afonso Botura Portocarrero, arquiteto, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Doutor em habitações indígenas brasileiras. Em formato ogival, o edifício foi fundamentado na cultura e casas indígenas dos povos do Xingu (especificamente do povo Yawalapiti), consideradas exemplares em termos de arquitetura bioclimática. O processo de construção incluiu a participação de mulheres, reaproveitamento de resíduos (madeiras, pedras, etc) e o projeto se adaptou ao terreno em declive, evitando a terraplanagem e preservando a vegetação nativa.

Entre as vantagens e benefícios do projeto, destacam-se: conforto térmico; utilização máxima da iluminação natural; cobertura em duas cascas, que possibilita o resfriamento interno do prédio e a captação de água da chuva, que é filtrada e armazenada para uso na irrigação do jardim, lavagem de piso e banheiros. Concreto aparente, estruturas de aço e vidros compõem a estrutura do prédio.

Breezes flexíveis permitem o controle da iluminação natural do interior do edifício. A temperatura é sempre cinco graus a menos, no mínimo, do que o ambiente externo. Luminárias solares irradiam a luz natural no interior do prédio, por meio de cilindros de espelhos.

Há, também, uma instalação de vermicompostagem, que recebe resíduos orgânicos da lanchonete e da poda de árvores e plantas. O jardim do CSS é integrado por espécies dos biomas presentes em Mato Grosso: Cerrado, Pantanal e Amazônia.

Estações interativas – água e outros temas

O Centro acaba de concluir as obras de um novo espaço de conhecimento, no Piso Raízes do edifício-sede do CSS, onde 11 novas estações interativas oferecem conteúdos digitais, entre games, projeção em vídeo mapping (para mostrar detalhes da construção das casas indígenas e do CSS), vídeo wall (bacias hidrográficas brasileiras), totens (reuso de água, tratamento de efluentes e uso consciente de água em residências, empresas e propriedades rurais); realidade ampliada (vista aérea do prédio CSS e microusina fotovoltaica), vídeo mapping (construção de habitações indígenas e do CSS), entre outros.

“O CSS é um laboratório vivo de práticas sustentáveis. O empresário que vem ao Sebrae MT pode conhecer as características do prédio durante visita guiada, que apresenta as estações interativas onde há muita informação e conhecimento sobre temas como: aproveitamento de iluminação natural e de água de chuva; energia solar fotovoltaica, arquitetura sustentável, tratamento de resíduos, vermicompostagem, entre outros”, destaca Luanna Duarte, analista e engenheira sanitarista e ambiental da equipe do Centro.

Captação e aproveitamento da água de chuva

O prédio do CSS possui um sistema de captação e aproveitamento da água da chuva, que pode ser referência para o mercado e sociedade. Devido ao formato ogival da cobertura do edifício (como as casas indígenas), possui duas cascas (exterior e interior) espaçadas por cerca de 30 cm e com aberturas superiores, que permitem a entrada da água de chuva. Por meio desta abertura, a água da chuva permeia a casca interior promovendo o resfriamento natural do prédio, ao mesmo tempo em que ela é direcionada para as calhas.

Tubulações conduzem a água ao filtro e, posteriormente, ao reservatório com capacidade para 16 mil litros. A água armazenada é aproveitada na manutenção do jardim, nas bacias sanitárias e limpeza do prédio, possibilitando economia de até 50% na demanda de água da rede.

Eficiência e economia

“O Sebrae sempre fala ao empresário que ele precisa ser eficiente, porque eficiência é questão de economia. Com relação ao uso da água, se você tem um vazamento, se a utiliza de forma desnecessária, você está jogando dinheiro fora. Além do aspecto ambiental, você também deve se preocupar com o bolso”, enfatiza Luanna.





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