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Sábado - 16 de Novembro de 2013 às 13:34

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Obra iniciada em novembro de 2006, ou seja, há sete anos, o Rodoanel de Cuiabá, com extensão de 51,7 quilômetros, já consumiu uma montanha de dinheiro: desde então, já foram gastos R$ 19 milhões para apenas e tão somente 8 quilômetros de rodovia pavimentada. Isso mesmo: R$ 19 milhões em 8 quilômetros. Uma auditoria já confirmou um “rombo” na casa dos R$ 10 milhões – cujos responsáveis parecem gozar de imunidade. Uma situação que transforma em quase nada os escândalos sobre as obras da Copa do Mundo em Cuiabá, intermináveis e com dezenas e dezenas de aditivos.
 
 
Essa questão, no entanto, é apenas um pequeno detalhe se considerar que o rodoanel não tem sustentação na logística de transporte e por isso é considerado “caro e inoportuno”. Uma verdadeira “herança maldita”, iniciada ainda na gestão do então prefeito de Cuiabá, Wilson Santos. Do que já foi gasto é praticamente imperceptível ao que vem por ai: mais R$ 354 milhões do Governo Federal.
 
 
A montanha de dinheiro a ser gasta reflete a opção dada para fazer com que o empreendimento não seja visto pelo contribuinte como mais uma espécie de “aventura fracassada” dos gestores do dinheiro público, conforme relata a revista MT Aqui, em matéria assinada pelo jornalista Eduardo Gomes, um dos especialistas em logística do Estado. Ele aponta que esse rio de dinheiro promete completar a obra, que será duplicada em toda sua extensão – o que já emite algum sinal de que alguém pensa e planeja alguns anos a frente.
 
 
O dinheiro foi assegurado através de um convênio entre o Governo de Mato Grosso e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT. Serão R$ 318 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC-2. Além disso, o valor previsto – sem futuros aditivos, que se transformou em prática comum nas obras públicas – receberá mais R$ 36 milhões assegurados no Orçamento da União por uma emenda apresentada pelo deputado Wellington Fagundes (PR) e pelo falecido deputado Homero Pereira (PSD).
 
 
Obra inacaba: 7 anosA previsão é de que o Rodoanel Mário Covas seja concluído daqui a três anos. Mas o governador Silval Barbosa – que assumiu a tal “herança maldita”, assim como os empreendimentos da Copa do Mundo – quer tentar algo diferente do que tem convencionado o seu Governo: fazer em um ano e meio. Isto é: metade do tempo. Tanto que, de acordo com a revista, lançou mão do Regime Diferenciado de Contratação, o RDC, que “queima” etapas de licitações e abrevia a definição do ganhador da obra.
 
 
O Rodoanel Norte, que liga a saída sul de Cuiabá, e vai até um pouco a frente do Trevo do Lagarto, é questionável em todos os aspectos. Não só no suposto esquema de desvio de dinheiro como no próprio empreendimento em si, embora isso seja um capítulo à parte. O dono da empreiteira vencedora da concorrência, a Conspavi, Luiz Francisco Felix, chegou a acusar o então diretor do DNIT, Luiz Antônio Pagot, de tumultuar a obra para repassá-la a empreiteiros aliados. Pagot reagiu e citou o custo da obra supostamente superfaturada. Como se diz atualmente, a pendenga deu em nada.
 
 
O tal rodoanel, segundo a revista, até seria justificável e merecedor dos investimentos que serão feitos nele se a Capital já não tivesse o contorno sul, a chamada Rodovia dos Imigrantes, que faz o mesmo percurso em apenas 23,3 quilômetros de extensão. Mas, para aquele lado ninguém olha. O Contorno Sul vive acabado, esburacado, pelo intenso tráfego de caminhões pesados e chega a figurar como obra que necessita de um decreto de estado de emergência. É o caos, em cujo percurso se amontoam prejuízos incalculáveis e também algumas mortes. Esse rodoanel, certamente, ficaria mais em conta se o dinheiro fosse usado na sua recuperação e duplicação em piso capaz de receber um fluxo tão intenso e altamente impactante. Contudo, mais uma vez, os pensadores do poder público olharam para outro lado.


 
“Para o transportador o caminho lógico também é por ela, pois um bitrem consome em média um litro de óleo diesel por quilômetro rodado, o que no comparativo entre os dosi contornos dá nítida vantagem ao existente” – frisa a revista, que ainda acrescenta: “Essas verdades não foram questionadas em 2005 quando começou o projeto do contorno norme. O resultado é o investimento de R$ 354 milhões numa obra que poderia custar menos da metade, desde que construída como duplicação da Rodovia dos Imigrantes” – diz a revista.





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