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Economia
Sexta - 20 de Dezembro de 2019 às 10:14
Por: Gazeta Digital

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Depois de ficar desempregada por 3 meses, Thiara de Souza, 18, conseguiu uma vaga temporária como vendedora no início de dezembro. Para a trabalhadora, a reinserção foi difícil até mesmo para ela, que tem experiência e trabalha desde os 15 anos. Nem mesmo os empregos temporários ofertados neste fim de ano salvaram o saldo de novembro, que fechou negativo em 2,437 mil vagas, após 7 meses de resultados positivos. A eliminação de empregos com carteira assinada seguiu a tendência histórica para o 11º mês do ano, mas foi a menor dos últimos 19 anos.

Na série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que começa no ano de 1992, Mato Grosso registrou saldo positivo em novembro apenas no ano de 1994, quando abriu 167 vagas. Em toda a série, o mês apresenta mais demissões que contratações. Este ano, a perda de vagas é puxada principalmente pela agropecuária, que cortou 3,115 mil empregos formais no mês, que coincide com o fim do período de plantio da soja.

Construção civil, outro setor que registra movimentos cíclicos, reduziu 739 vagas em novembro. Os cortes atingiram também os setores da indústria de transformação (-364); serviços (-125); extrativa mineral (-50); e serviços industriais de utilidade pública (- 41). O saldo negativo só não foi maior, porque o comércio abriu 1,996 mil vagas no período, possível incremento da demanda de fim de ano. É o caso da trabalhadora Thiara, que foi contratada como temporária e pode deixar a vaga a partir de janeiro. “Tentei várias empresas, pessoalmente e por email, mas não consegui nenhuma oportunidade. Eu comecei a trabalhar com 15 anos, mas agora que tenho experiência não acho serviço”, reclama.

A gerente da loja de roupas onde ela foi contratada expõe que a equipe que contava com 5 funcionários dobrou o número de pessoas para atender a demanda extra de fim de ano, cujo incremento nas vendas esperado é de, no mínimo, 10%. “Pedimos indicação, porque hoje está difícil encontrar mão de obra boa, falta comprometimento. Mas, quando aparece alguém assim sempre há possibilidade de ser contratado ou chamado de novo para cobrir férias de alguém da equipe”, explica Lindalva Marques.

O economista Jonil Vital de Souza avalia que o movimento cíclico na geração de empregos é natural em Mato Grosso, onde a demanda cresce especialmente no período da safra agrícola. “O importante é que no acumulado do ano a situação está melhor, com 32 mil vagas de emprego abertas e vários setores com resultado significativo. Serviços é naturalmente o setor que mais emprega devido à necessidade crescente motivada pela urbanização e pela expansão dos demais setores, que acabam gerando demanda por serviços”.

Souza destaca algumas cidades que geraram grande parte dos empregos como Sinop (3,226 mil), Sorriso (3,001 mil) e Várzea Grande (2,174 mil). Cuiabá abriu 2,802 mil vagas em 2019. “Esses municípios têm população menor, mas estão gerando mais empregos. Mostra que a dinâmica do Estado está ótima. O que acontece nesses municípios polos de produção repercute em todo o estado”, completa.





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