Barbosa reclama de advogados durante julgamento do mensalão
Os advogados Antonio Sérgio Pitombo, Leonardo Avelar, Conrado Almeida o acusaram nas alegações finais do processo de ter atuado "de forma parcial, proferindo decisões de forma midiática". Eles tomaram como base uma entrevista de Barbosa à Folha e a outro jornal.
Pitombo tentou se defender, mas não foi atendido. Nas poucas justificativas apresentas aos ministros, ele disse que "não teve intenção de ofender o relator".
Barbosa rebateu. "Pode não ter agredido a mim, mas agrediu à Corte e ao país. Não faz parte do grau civilizatório que me encontro proferir as palavras que o senhor me direcionou."
O relator disse que os ataques foram ocultados do público ao não serem lembradas nas sustentações orais feitas no plenário do tribunal. "O senhor escondeu do grande público as ofensas que fez a mim. Elas continuam aqui [no processo]."
O ministro disse que não estava interessado em defender a própria honra. "Me interessa a honra desta Corte e não a minha. A minha, pouco interessa, porque não conheço esse advogado", afirmou.
Plenário do STF prossegue com o julgamento do mensalão
"Para esses advogados, todo ministros que ousem discordar do posicionamento por eles defendido deve ser taxado de parcial", completou Barbosa. "Todas as minhas decisões nesse processo foram referendadas por esse plenário".
Barbosa pediu que os ministros representassem contra os advogados na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), mas foi voto vencido. A maioria dos ministros entendeu que os advogados contam com imunidade. "Não se pode permitir que se cale a voz dos advogados", disse o ministro Celso de Mello.
A fala irritou Barbosa, que questionou se o colega tinha lido as acusações dos advogados.
"Vossa Excelência leu o trecho que eu transcrevi por pudor", afirmou Barbosa. Mello disse que talvez o relator deveria ter destacado tudo aos colegas.
O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, fez um afago a Barbosa dizendo que ele age com independência na condução do processo.
DESMEMBRAMENTO
Outro pedido de impedimento de Barbosa feito pela defesa de Marcos Valério, operador do mensalão, também foi descartado.
Os ministros rejeitaram ainda pedido para desmembrar o processo, o que levaria para a primeira instância o processo dos 35 réus sem foro privilegiado. O mesmo tema foi discutido na primeira sessão do processo, e igualmente negado pelos ministros.
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