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Quarta - 08 de Abril de 2020 às 10:04
Por: Érika Oliveira/Olhar Direto

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Trabalhando em regime de home office – por integrar o grupo de risco da Covid-19 –, o senador Jayme Campos (DEM) tem acompanhado daqui de Mato Grosso o desenrolar das principais crises que atingiram Brasília nos últimos dias, entre elas, a ameaça de demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta. Comumente defensor da administração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o parlamentar desta vez criticou a postura do chefe do Executivo e classificou como “excepcional” a atuação do titular da Saúde.


“O ministro Mandetta tem feito um trabalho excepcional, exemplar e, sobretudo, um trabalho responsável. A política dele está correta, sobretudo porque é a orientação da OMS. Ele está acompanhando o mundo inteiro. O Governo perderia muito sem ele. O presidente Bolsonaro muitas vezes extrapola qualquer parâmetro que existe de um homem público. Ele precisa agir como um estadista e pensar na população e não levar para o lado pessoal, que é o que me parece, com ciúmes do seu próprio ministro. Num momento de incertezas como esse que vivemos, nós precisamos de homens preparados, sérios e responsáveis”, considerou o senador.

A crise entre o presidente e o ministro se tornou pública há pouco mais de duas semanas. Bolsonaro chegou a estimular manifestações de rua em seu apoio em meio à pandemia e cumprimentou manifestantes em frente ao Palácio do Alvorada no dia dos atos, 15 de março. Além disso, foi pessoalmente a estabelecimentos comerciais de Brasília para interagir e, novamente, cumprimentar populares.

A situação foi se agravando nos últimos e, depois de dizer que não iria demitir Mandetta “em meio a guerra”, Bolsonaro confidenciou a aliados que a exoneração do ministro estava pronta para ser publicada.

Nesta segunda-feira (06), após uma reunião tensa, segundo interlocutores, Bolsonaro voltou atrás. A ameaça de demissão foi confirmada mais tarde, pelo próprio Mandetta, em coletiva de imprensa.

Causa e consequência

Seguindo uma estratégia anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - que desistiu dela no dia seguinte -, o presidente Jair Bolsonaro contraria as recomendações do seu ministro da Saúde e segue defendendo o chamado isolamento vertical — apenas idosos e pessoas do grupo de risco seriam isolados, e o resto da população poderia circular normalmente.

A tese que move essa ideia é a de que os impactos econômicos decorrentes do isolamento total causarão mais mortes que o próprio coronavírus e, por isso, seria necessário encontrar um equilíbrio.





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