“Se vivêssemos num país sério, o dono da Delta estaria preso", afirma Pedro Taques

O depoimento da empresária Rosely Pantoja, sócia da empresa Alberto & Pantoja Construções, à CPI do Caso Cachoeira levou o senador Pedro Taques (PDT-MT) a cobrar novamente, na manhã desta quarta-feira (15.08), a ampliação das investigações. Para ele, o envolvimento da empresa Delta com o esquema de corrupção liderado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira vai além da região Centro-Oeste.

"Esta CPI está demonstrando que seu principal alvo é a Delta. Como uma empresa que recebe bilhões do Governo Federal negocia com empresas fantasmas? Os trabalhos desenvolvidos até agora mostram que Cachoeira é apenas um dos beneficiados neste esquema criminoso”, afirmou Pedro Taques.
Em seguida, o parlamentar pedetista reforçou que os membros da Comissão não podem restringir as investigações ao Centro-Oeste, já que a Delta possui movimentações financeiras e contratos firmados em todo o Brasil. "Se vivêssemos num país sério, o dono da Delta estaria preso", reiterou.

A declaração foi feita durante o depoimento de Roseli Pantoja, que compareceu à CPI sem advogado, alegando falta de recursos. Ela negou o envolvimento no esquema de Cachoeira, não reconheceu como seu o número de CPF apresentado pelo relator da comissão e apontou equívoco na grafia do nome convocado pelos parlamentares.

Além disso, Roseli contribuiu com os membros da CPI admitindo que o ex-marido pode ter sido responsável por usar seu nome na composição da Alberto & Pantoja - empresa fantasma que recebeu cerca de R$ 30 milhões nos últimos anos da Delta.

"Parabéns, a senhora foi a única [depoente] que veio para contribuir. Veio sem advogados caríssimos. Até que nos provem o contrário, a senhora está falando a verdade”, finalizou Pedro Taques.

Depoimentos – Na manhã de hoje, a Comissão Parlamentar de Inquérito mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados realizou o depoimento de três pessoas suspeitas de envolvimento no esquema do contraventor.

Além da empresária Roseli Pantoja, foram convocados Hillner Braga Ananias, ex-segurança do ex-senador Demóstenes Torres, e Edivaldo Cardoso de Paula, ex-presidente do Departamento de Trânsito (Detran) de Goiás. Ambos usaram a prerrogativa legal de não responder às perguntas dos parlamentares.