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Segunda - 27 de Abril de 2020 às 17:47
Por: Max Aguiar/Olhar Direto

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A deputada federal Professora Rosa Neide (PT) defendeu nesta, segunda-feira (27), dois pedidos de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar supostos crimes praticados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. As duas propostas estão em fase de coleta de assinaturas para serem protocoladas na Câmara.

A primeira CPI é para investigar a tentativa de interferência do presidente Bolsonaro na Polícia Federal (PF), em busca de proteger a si próprio e seus familiares de eventuais investigações, conforme denunciou Moro em coletiva de imprensa na sexta-feira (24), ao anunciar seu pedido de demissão do Ministério. A Comissão também visa apurar crimes de improbidade administrativa e responsabilidade no exercício do mandato presidencial.

O segundo pedido de CPI é para investigar crimes supostamente cometidos por Sérgio Moro no exercício do cargo de ministro. Entre irregularidades que teriam sido praticadas por Moro estão: condescendência criminosa, prevaricação, obstrução à investigações e advocacia administrativa.

Na justificativa do pedido de CPI, a deputada Rosa Neide e demais parlamentares argumentam que na condição de ministro da Justiça, Moro era superior hierárquico da Polícia Federal e utilizando-se do cargo atuou para blindar investigações contra si próprio, contra o presidente e sua família.

A peça relata informações noticiadas por The Intercept Brasil, que revelaram que enquanto juiz da Operação Lava Jato, Moro teria atuado em conluio ilegal com procuradores e delegados da Polícia Federal, orientando investigações, combinando acusações e antecipando julgamentos. Tal conduta foi demonstrada pelo site por meio do vazamento de conversas no aplicativo telegram, entre Moro e os representantes do MPF e da PF, na Operação.

Desde junho de 2019, quando as primeiras conversas foram noticiadas, Moro no exercício do cargo de ministro, atuou para desqualifica-las e não tomou nenhuma providência para que fossem investigadas. A PF subordinada a Moro até sexta-feira passada, até hoje não abriu nenhuma investigação para apurar o conluio criminoso operado na Lava Jato, conforme demonstrou o The Intercept.

No pedido, os parlamentares argumentam ainda que o ex-juiz precisa ser investigado por suposta corrupção passiva por pedir “pensão” ao presidente eleito Bolsonaro, para renunciar a magistratura e assumir o Ministério. O fato foi confessado pelo próprio Moro na coletiva da última sexta.





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