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Cidades/Geral
Sábado - 12 de Dezembro de 2020 às 12:12
Por: Ana Flávia Corrêa/RD News

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Gerente de vigilância em doença e agravos transmissíveis da Vigilância Sanitária, Flávia Guimarães, destaca que distanciamento social ainda é necessário
Gerente de vigilância em doença e agravos transmissíveis da Vigilância Sanitária, Flávia Guimarães, destaca que distanciamento social ainda é necessário

Nos horários de pico em Cuiabá, é recorrente a cena das pessoas que se aglomeram nos pontos de ônibus e dentro do transporte coletivo. Neste contexto, é praticamente impossível manter os 1,5 metros de distância recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para evitar a proliferação do novo coronavírus.

Como agravante, com a flexibilização do isolamento e reabertura de bares e academias, a vida social da população voltou à "normalidade" nas últimas semanas. Cenário festivo dá a impressão que a pandemia teve fim. Longe disso. Dados da secretaria Municipal de Saúde ascendem alerta e mostram picos de casos maior do que na primeira onda entre os meses maio e julho.

Taxa de incidência em Cuiabá cresceu 0,9% se comparada à semana anterior. Dos 5.840,3 casos para cada 100 mil habitantes, subiu para 5.890,1. Número é ainda superior a do estado e do país, de 4.649,1 e 3.129,8 casos, respectivamente. Em todo o estado, entre quinta (10) e sexta (11), foram 856 pessoas infectadas pela doença.

Reprodução

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Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica de Cuiabá, que atualiza informe epidemiológico no município semanalmente, alerta sobre a possível piora da doença nos próximos dias. Exemplo é a Europa, em que há registro de uma 2ª onda da pandemia.

“Recentemente se verificou que o contágio pelo coronavírus na região aumentou e chegou a um patamar mais alto do que na primeira onda do vírus, o que reitera a necessidade de manutenção de medidas de prevenção e controle da transmissão”, diz trecho do documento, que divulgou análise feita entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro.

Gerente de vigilância em doença e agravos transmissíveis da Vigilância Sanitária, Flávia Guimarães, pontuou que o comportamento das pessoas é fator decisivo nos números relativos à doença. Se as pessoas se comportarem conforme as recomendações das organizações de saúde, casos diminuem. Do contrário, tendência é de aumento.

“Nós sabemos que a transmissão acontece quando as pessoas se aproximam. Então quando a gente tem as aglomerações esse risco aumenta muito, principalmente se nós tivermos neste meio alguém sintomático sem o cuidado de utilizar máscara e de manter o distanciamento social”, afirmou.

Transmissibilidade

Tchélo Figueiredo - Secom/MT

Estado confirma tr�s casos de coronav�rus

Testes realizados são aquém do ideal o que não dá uma amostra da incidência da doença

Atualmente, taxa de transmissibilidade, que aponta a estimativa de como a doença se espalha entre a população, está em 0,72. Isto significa que cada pessoa infectada pelo novo coronavírus tem a capacidade de infectar menos de uma pessoa.

Na semana anterior, número chegou a 1,33. O dado não era registrado desde julho. No ápice da pandemia, a transmissibilidade foi superior a 6,0. De acordo com a Vigilância, isto pode indicar o aumento da transmissão do vírus na Capital.

O que se nota, como agravante, é que dados dizem respeito apenas aos casos identificados pelo sistema de saúde.

É preciso levar em consideração que muitas pessoas não buscam por atendimento médico e, por isso, não existem registros de suas contaminações.

O diretor do Laboratório Carlos Chagas, Jerolino Aquino, destaca que poucos testes são aplicados em Cuiabá, em Mato Grosso e no país, de uma maneira geral. Por isso, é impossível precisar a incidência da doença de uma maneira real.

Quanto mais testes dão resultado positivo, significa que menos testes são aplicados. O recomendado para OMS é que para 100 testes aplicados, cinco sejam positivos

Diretor do laboratório Carlos Chagas, Jerolino Aquino

“Quanto mais testes dão resultado positivo, significa que menos testes são aplicados. O recomendado para OMS é que para 100 testes aplicados, cinco sejam positivos. Em Cuiabá, nós temos 34% de positivos. Então as pessoas não estão tendo acesso aos testes”, disse.

Ainda de acordo com Aquino, para os 209,5 milhões de habitantes existentes no Brasil, ao menos 120 milhões de pessoas deveriam ter sido testadas para saber o número real de infectados pela pandemia. De março a outubro, Fundação Oswaldo Cruz produziu 7,7 milhões de testes, o que se mostra insuficiente.

Soluções

Até que a vacina esteja disponível para a população, especialistas recomendam, como é amplamente divulgado, o distanciamento social, a higienização das mãos e o uso de máscaras faciais. No caso de pessoas sintomáticas, é fundamental que esta pessoa fique em isolamento.

“Se o sintomático estivesse em casa a tendência seria que o contágio reduzisse. Se o sintomático está isolado, até mesmo em um ambiente hospitalar, ele não está transmitindo para outros, então a transmissão se encerra ali. É preciso ter a consciência e a educação sanitária”, finalizou gerente da Vigilância.

“Até que surja a vacina efetivamente não tem dúvida do que tem que se fazer. Eu trabalho com isolamento e com a esperança na vacina. Isso para mim é fundamental. Os atos higiênicos naturais são obrigação de todo mundo. A doença é coisa nova e todos estamos entendendo ela. Ela pode aumentar de uma hora pra outra. E aumenta”, complementou Aquino.

Rodinei Crescêncio

Aglomera��o Centro Cuiab� - Covid-19




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