Lula ultrapassa Bolsonaro pela 1ª vez em cenário para 2022 Petista supera Bolsonaro nas intenções de votos no primeiro turno, ainda que os dois permaneçam tecnicamente empatados
Uma nova rodada da pesquisa XP/Ipespe mostra a continuidade de alta do ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva no cenário para as eleições presidenciais de 2022, após a retomada de sua elegibilidade, ao mesmo tempo que mostra o crescimento da reprovação ao governo de Jair Bolsonaro.
Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo
Em levantamento divulgado nesta segunda-feira, o petista ultrapassou pela primeira vez o atual presidente nas intenções de votos no primeiro turno, ainda que os dois permaneçam tecnicamente empatados. Lula saiu dos 25% da pesquisa anterior para agora 29%, contra os 28% de Bolsonaro - que antes tinha 27%. Na sequência aparecem o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro e o ex-candidato Ciro Gomes, ambos com 9% cada.
Nas simulações de segundo turno feitas pela XP/Ipespe, a vantagem de Lula contra Bolsonaro é ainda maior: 42% a 38% - no levantamento do início de março, o capitão reformado do Exército tinha 41% contra 40% do petista. Em outros cenários testados pela pesquisa, Bolsonaro aparece empatado com Moro (ambos com 30%) e também com Ciro (ambos com 38%).
Cresce rejeição a Bolsonaro
O governo Bolsonaro segue mal avaliado, segundo a pesquisa. São 48% os que consideram a gestão ruim ou péssima, três pontos percentuais a mais que o levantamento anterior. De outubro ao estudo atual, a avaliação negativa saltou de 31% aos 48% de agora. Nesse período, a parcela que considera o governo ótimo ou bom caiu de 39% para 27%.
A diferença de 20,3 pontos percentuais entre os que têm avaliação negativa e os que têm avaliação positiva é a maior desde maio do ano passado.
Cresceu também a desaprovação do atual presidente na maneira em que administra o País, passando de 56% para 60% no atual levantamento - a aprovação caiu de 38% para 33%. Já a expectativa para o restante do mandato se manteve em 45% para ruim ou péssimo, outros 28% acreditam que será ótimo ou bom (queda de um ponto) e outros 23% optaram por regular (crescimento de três pontos percentuais).
Outro ponto desfavorável a Bolsonaro ocorre quanto à corrupção nos últimos seis meses: 46% acreditam que aumentou ou aumentou muito (crescimento de um ponto), 34% acham que se manteve como estava (queda de um ponto) e 16% avaliam que diminuiu ou diminuiu muito (antes eram 15%).
Em direção contrária, no entanto, melhorou a avaliação que os brasileiros fazem da atuação de Bolsonaro para enfrentar o coronavírus - embora permaneça majoritariamente negativa. Caiu de 61% para 58% os que a consideram ruim ou péssima, e passou de 18% para 21% os que dizem avaliá-la como boa ou ótima.
Já em relação aos governadores, a avaliação piorou: passou de 23% em fevereiro para 31% os que dizem considerar ruim ou péssima a atuação do governador do próprio estado (essa pergunta não havia sido feita no levamento do início de março). Outros indicadores mostram que nunca esteve tão grande o medo que os entrevistados dizem ter sobre a pandemia. São 55% os que dizem estar com muito medo da doença, contra 49% no último levantamento.
O Congresso também foi mal avaliado por aqueles que responderam a pesquisa: 48% acham que o trabalho dos parlamentares é ruim ou péssimo (crescimento de um ponto), enquanto 38% avaliam como regular e apenas 8% acham que é ótimo ou bom (antes eram 10%).
Foram realizadas mil entrevistas de abrangência nacional nos dias 29, 30 e 31 de março. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais para o total da amostra.
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