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Politica Brasil
Quarta - 28 de Abril de 2021 às 06:16
Por: Raquel Lopes Da Folhapress - Brasília

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Agência Senado
O senador Flávio Bolsonaro, agora, defende regras sanitárias que ele o próprio pai não respeitam
O senador Flávio Bolsonaro, agora, defende regras sanitárias que ele o próprio pai não respeitam

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) atacou, nesta terça-feira, (27) o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e disse que ele foi "ingrato" por instalar a CPI da Covid sem consultar outros senadores.

O filho do presidente da República também saiu em defesa de regras sanitárias - frequentemente descumpridas e contestadas por seu pai - para questionar o fato de algumas audiências da comissão serem presencias.

Ao longo da pandemia, Jair Bolsonaro teve conduta constantemente contrária aos protocolos de combate à Covid, incluindo a provocação de aglomerações e a não utilização de máscaras.

Também questionou o isolamento social e promoveu eventos presenciais.

Flávio também criticou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e falou que ele deveria ter bom senso e ter aberto mão da relatoria. Isso porque ele é pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), sendo que a CPI também tem como foco investigar os estados.

As declarações de Flávio Bolsonaro ocorreram antes da votação da escolha do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

"Alguém aqui vai negar que, na hora em que a CPI for envidar os seus esforços nos repasses do governo federal aos estados, o senhor será, sim, parcial, preocupado com o que pode acontecer no estado de Alagoas? É óbvio que será."

Antes de ser definido como relator da CPI, Renan disse que se declarará parcial para relatar eventuais casos que envolverem o estado de Alagoas.

A família Bolsonaro apoiou a eleição de Rodrigo Pacheco para se se tornar presidente do Senado neste ano.

Pacheco era contra a CPI, mas atendeu à determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para instalá-la -após ação de senadores da oposição, que reuniram assinaturas favoráveis de mais de um terço da Casa, requisito previsto na legislação.

O Planalto, porém, atuou para tentar para minar a comissão e adiar os trabalhos.

Nesta terça, Flávio disse que Pacheco foi "ingrato" por permitir que a CPI acontecesse sem antes consultar os senadores.

"Eu tenho CPF e o presidente da República tem outro. Da minha parte entendo que houve ingratidão, falta de consideração por parte do presidente [do Senado] de pelo menos nos buscar para que pudéssemos dar nosso ponto de vista sobre a conveniência e oportunidade de instaurar uma CPI como essa", afirmou.

"O mínimo que ele poderia fazer era acatar a questão de ordem do Eduardo Gomes [MDB-TO], que está pensando nas vidas, para que seja presencial", completou Flávio, em referência à tentativa do líder do governo no Congresso de postergar os trabalhos presenciais.

O filho do presidente da República disse que Pacheco estaria sendo irresponsável por deixar que algumas sessões da CPI da Covid sejam presenciais e defendeu regras sanitárias -que, em geral, costumam ser criticadas por bolsonaristas.

"Falei também aqui no grupo e falo publicamente, mais uma vez: eu acho que o presidente Rodrigo Pacheco está errando, está sendo irresponsável, porque está assumindo a possibilidade de, durante os trabalhos desta CPI, acontecerem mortes de senadores, mortes de assessores, mortes de funcionários desta Casa, em função da Covid. Porque, em algum momento, as audiências, as sessões vão ter que ser presenciais, no momento em que nem todos estão vacinados. Por que não esperar todo mundo se vacinar e fazer com responsabilidade esses trabalhos?"

Flávio disse ainda que a CPI seria um lugar importante para o governo federal explicar os detalhes de como foram tomadas as decisões, mas afirmou que este não era o momento.

"Por essa insistência em abrir a CPI agora, atropelando todos os protocolos, ignorando a questão sanitária, alguém, em algum momento, vai ser responsabilizado se algo acontecer. Vamos orar para que não aconteça", afirmou.

"O povo vai saber identificar quem na CPI quer subir nos caixões dos quase 400 mil mortos para fazer política rasteira e barata para atacar o governo federal. O momento é inoportuno, mas o governo passará tudo a limpo!", escreveu Flávio mais tarde em rede social.





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