DEM articula pré-candidatura “de centro” à Presidência em 2022, diz Mandetta O ex-ministro, que se coloca como presidenciável, tem realizado reuniões com diversos partidos, na tentativa de construir uma "3ª via”.
Em entrevista concedida à Rádio Difusora de Nortelândia na manhã desta terça-feira (18.06), o ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetta (DEM), confirmou que o Partido Democratas (DEM), ao qual é filiado, já tem articulado uma possível pré-candidatura à Presidência da República em 2022. Ontem, Mandetta esteve reunido com representações de partidos de direita e de centro com a intenção de formalizar um pré-compromisso sobre a necessidade de uma 3ª via contra “extremos”. Nenhum nome foi definido, no entanto.
Questionado pelo jornalista do PNB Online e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Pedro Pinto de Oliveira, sobre como encarava o protagonismo atual das possíveis candidaturas de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) em 2022, Mandetta disse lamentar o cenário de popularização que as duas candidaturas representam. Ele acredita que a maior parte dos brasileiros não deseja ter que escolher entre os dois, e que por isso essa é a hora de começar a articular um bom nome de centro.
Apesar de confirmar seu interesse pela candidatura ao Planalto em 2022, Mandetta disse acreditar que a definição de um nome que represente a “3ª via” não deve acontecer logo. “É natural que você leve tempo para depurar os nomes e organizar os nomes, porque esse é o tempo normal. O que não é normal é o STF reabilitar o Lula e ele se colocar como candidato. Isso tudo causa essa antecipação de calendário. O tempo agora é de discutir como reconstruímos o país”, afirmou.
Contrariando o que diz o ex-presidente da Câmara e ex-filiado do partido, deputado Rodrigo Maia, para quem o DEM já se entregou a Bolsonaro, Mandetta acredita que o partido pode estar à frente de uma alternativa ao atual presidente. Na reunião organizada em sua residência em Brasília nesta quinta-feira (17.06), com parlamentares do PSDB, PV, MDB, Cidadania e Solidariedade, Mandetta disse que o encontro foi uma demonstração de “unidade, pacificação, e de zelo pela democracia”.
“O que nós estamos identificando é que esses dois extremos [Lula e Bolsonaro], não unem, não pacificam, não trazem paz para esse país poder trabalhar. Não têm liderança para reconstruir um equilíbrio. Se ficarmos com essa briga entre esses dois campos ideológicos, nós vamos continuar com o clima de hostilidade. Esse campo [de centro] vem para falar para o Brasil, para falar de futuro, para repaginar”, defendeu durante a entrevista.
Apesar do que defende o ex-ministro, o DEM mantém forte alinhamento ao Governo Federal, podendo inclusive apoiar a candidatura de Bolsonaro em 2022. O atrito entre a cúpula do partido e Rodrigo Maia, que levou à expulsão do ex-presidente da Câmara da legenda, foi ocasionada justamente pela constante aproximação. Atualmente, o partido detém cargos importantes na administração federal, como o de Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
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