A história da "mãe de leite" de centenas de bebês A contadora Karine Damasceno se orgulha por ajudar a salvar vidas em UTI"s neonatais de Cuiaba
No Mês do Aleitamento Materno, o "agosto dourado", símbolo da luta pelo incentivo à amamentação, o Diário traz a história da mãe que além de amamentar os dois filhos tornou-se "mãe de leite" de centenas de bebês.
Para a contadora Karine Barroso Damasceno, 44 anos, não bastava assegurar o primeiro e mais importante alimento aos filhos, Rafael e Elis.
Karine foi além, procurou espontaneamente um banco de leite para se cadastrar como doadora.
Ela conta que começou a doar no terceiro mês do nascimento do primeiro filho, Rafael, hoje com 3 anos. Seguiu sendo doadora por quase um ano.
No caso da pequena Elis, de 1 ano, uma semana após o parto Karine já estava retirando e fornecendo leite para bebês internados em UTI neonatais e outras unidades hospitalares.
Nem um obstáculo enfrentado na maternidade e na vida profissional a desviou da meta estabelecida para a amamentação dos filhos.
Karine e os filhos
Quando os seios incharam e teve dificuldades para amamentar, situação que vivenciou logo após o nascimento do filho Rafael, buscou ajuda profissional e persistiu na amamentação.
Quando os bebês tiveram de ir para um berçário, ambos aos quatro meses, para que ela pudesse voltar ao trabalho, Karine lançou mão de outros recursos.
Karine e os filhos
Escolheu um berçário relativamente próximo de onde trabalha para que pudesse usar parte do horário do almoço para amamentá-los. Também passou a estocar leite para os outros períodos do dia.
Foi assim que garantiu que nos seis primeiros meses o leite materno fosse o único alimento dos filhos. Como recomendam os médicos, não permitiu que oferecessem água ou chás.
"O leite materno é um alimento completo, tem todos os nutrientes necessários aos bebês nessa primeira fase da vida", assinala Karine.
Karine recorda que nos primeiros seis meses da gravidez da filha, a Elis, o Rafael continuou mamando normalmente no seio.
Rafael, claro, já tinha uma alimentação diversificada. O leite materno era um complemento. O garoto só passou a consumir leite de outra origem após os dois anos.
Quando engravidou pela primeira vez, aos 41 anos, Karine disse que teve medo de apresentar complicações gestacionais e de não poder amamentar o filho.
As duas gestações, mesmo a da filha Elis, quando ela já estava com 43 anos, foram tranquilas.
Amamentar, lembra Karine, não é uma tarefa fácil, exige paciência e disposição para aquele momento.
As mães, diz, conhecem os benefícios do leite materno à saúde e ao desenvolvido do filho. Também devem saber que amamentar ajuda no restabelecimento da mulher, na perda de peso, por exemplo.
A conexão e os vínculos afetivos criados entre mãe e filho durante a amamentação foram lembrados com doçura por Karine. "Amo a troca de carinho e observá-los enquanto são amamentados", emociona-se.
"Sou muito grata a Deus pelo privilégio de amamentar meus pequenos e poder ajudar outras crianças", concluiu.
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