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Politica Brasil
Quarta - 01 de Agosto de 2012 às 20:50

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O Popular/Futura Press
Galeria Andressa Mendonça, Mulher, Cachoeira, 03
Galeria Andressa Mendonça, Mulher, Cachoeira, 03

O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) informou nesta quarta-feira que vai entrar com um requerimento para que a mulher do bicheiro Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça, seja ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira na condição de investigada. Ela está com o depoimento marcado para a próxima quarta-feira, como testemunha.

Segundo a assessoria do senador, o requerimento já foi redigido e deverá ser entregue na próxima semana ao relator da CPI, Odair Cunha (PT-MG). Andressa foi convocada a prestar esclarecimentos aos parlamentares sob o argumento de que ela "circulava entre figuras importantes, como políticos, empresários e jornalistas", e teria conhecimento sobre a rede de influência de Carlinhos Cachoeira.

O senador informou também que pretende pedir à CPI uma acareação entre a mulher do bicheiro e o juiz federal Alderico Rocha Santos, que acusou Andressa de tentar chantageá-lo para obter decisão judicial favorável à Cachoeira. Na avaliação de Randolfe Rodrigues, ela deverá ser questionada sobre a nova denúncia, que pode ser enquadrada no crime de corrupção ativa. "Acho que temos elementos para acreditar que a senhora Andressa está na condução dos negócios de Cachoeira. As informações que temos, junto com essa notícia, reforçam isso", disse o senador.

 

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.





Fonte: Terra

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