Advogados rebatem Judiciário e dizem que magistrados "não querem trabalhar" Associação diz ainda que produtividade não está vinculada a prestação de bons serviços
A Associação Brasileira de Advogados (ABA) de Mato Grosso saiu em defesa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e cobrou em seu perfil no Instagram a retomada das atividades presenciais do Judiciário.
Desde o aumento de contaminados pela Covid-19, o Tribunal de Justiça mantém magistrados e servidores em regime de teletrabalho. A portaria assinada pela presidente do Judiciário, desembargadora Maria Helena Póvoas, tem validade até o dia 31 deste mês.
A ABA diz em nota encaminhada ao Judiciário que o Tribunal de Justiça não deseja retornar as atividades presenciais. “Na realidade os Magistrados de Mato Grosso não querem mais voltar, e isso já é claro e evidente, tanto que já estão fazendo apologia aos atendimentos 100% digital, o que em Mato Grosso não funciona porque querem atender quando bem entenderem”, diz um dos trechos.
Playvolume00:00/01:00TruvidAlém disso, a ABA questiona os índices de produtividade durante a pandemia divulgados pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Segundo a nota, os números não correspondem com a insatisfação dos usuários do Judiciário.
"É fácil dizer que os números provam a produtividade do Poder Judiciário durante a pandemia, pois a medição é quantitativa e não qualitativa, e sendo o sistema todo digital, os Magistrados assim como os servidores saberão quanto irão produzir por dia. É bem facil estabelecer um fluxo de trabalho para atingir meta do CNJ, que pelo jeito estão preocupados com números e não com atendimento adequado e digno", assinala.
Ainda é defendido que os advogados se articulem para tornar lei a possibilidade de abertura de processo administrativo disciplinar aos magistrados que não atendem a demanda dos advogados.
“Produtividade não significa eficiência, e muito menos que a população está sendo bem atendida e quando precisa. É bem fácil estabelecer um fluxo de trabalho para atingir meta do CNJ, que pelo jeito estão preocupados com números e não com atendimento adequado e digno (...) No caso dos Magistrados estes possuem como eu disse um fluxo certo e quantitativo, porque não precisam atender as urgências, ou se atender será feito em hora marcada o que não atende a advocacia, porque os problemas urgentes que temos não nos chegam com hora marcada, eles acontecem”, reforça.
Comentários