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Politica Brasil
Quinta - 26 de Julho de 2012 às 00:10
Por: Mirelle Irene

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Mirelle Irene
Grupo cobrou resultados das investigações da CPI do Cachoeira
Grupo cobrou resultados das investigações da CPI do Cachoeira

Durante a tarde desta quarta-feira, um grupo de representantes do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Goiás (Sinjufego) aproveitou a movimentação em torno das audiências de instrução do processo da Operação Monte Carlo para fazer um protesto. Eles cobraram resultados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira no Congresso e do julgamento dos réus que ocorre na sede da Justiça Federal de Goiás, em Goiânia.

Em frente à porta principal do prédio onde as audiências se realizaram, os manifestantes distribuíram pizzas, suco e refrigerante para profissionais da imprensa, policiais, curiosos e transeuntes que passavam pelo local. Segundo o presidente da Sinjufego, João Batista Moraes Vieira, essa foi uma forma pacífica e simbólica de chamar a atenção das pessoas para a importância de se condenar os réus da máfia do jogo ilegal que, segundo a Polícia Federal, tem o comando de Carlinhos Cachoeira.

"Isso não pode acabar em pizza, e queremos demonstrar que estamos atentos a isso", disse o sindicalista. O grupo aproveitou também para reclamar dos baixos salários da categoria. "Estamos há mais de seis anos sem reajuste salarial", disse o presidente da Sinjufego.

Carlinhos Cachoeira
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram diversos contatos entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO), então líder do DEM no Senado. Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais, confirmou amizade com o bicheiro, mas negou conhecimento e envolvimento nos negócios ilegais de Cachoeira. As denúncias levaram o Psol a representar contra Demóstenes no Conselho de Ética e o DEM a abrir processo para expulsar o senador. O goiano se antecipou e pediu desfiliação da legenda.

Com o vazamento de informações do inquérito, as denúncias começaram a atingir outros políticos, agentes públicos e empresas, o que culminou na abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira. O colegiado ouviu os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, que negaram envolvimento com o grupo do bicheiro. O governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, escapou de ser convocado. Ele é amigo do empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta, apontada como parte do esquema de Cachoeira e maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos.

Demóstenes passou por processo de cassação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Casa. Em 11 de julho, o plenário do Senado aprovou, por 56 votos a favor, 19 contra e cinco abstenções, a perda de mandato do goiano. Ele foi o segundo senador cassado pelo voto dos colegas na história do Senado.





Fonte: Terra

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