Pesquisa mostra que 61% das pessoas escondem sexualidade por medo
Uma pesquisa internacional realizada em 2016 pelo Center for Talent Innovation demonstra que, por receio de represálias, no Brasil 61% das pessoas LGBTQIA+ escondem sua sexualidade ou a orientação de gênero para colegas e gestores no ambiente de trabalho. O levantamento revela que na ausência de políticas institucionais que acolham as pessoas LGBTQIA+, o trabalho pode se tornar um ambiente hostil e propiciar processos de adoecimento.
No próximo dia 28, comemora-se o “Dia do Orgulho LGBTQIA+”. Com o objetivo de promover reflexões sobre a temática, o Núcleo de Qualidade de Vida no Trabalho do Ministério Público do Estado de Mato Grosso lançará a partir desta semana vários posts nas redes sociais sobre respeito à diversidade LGBTQIA+ no ambiente de trabalho.
A coordenadora do Comitê de Promoção da Igualdade Institucional do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, promotora de Justiça Claire Vogel Dutra, ressalta que em 2021 a instituição instituiu a Política de Prevenção e Enfrentamento à Violência Laboral e ao Assédio Moral e Sexual no Trabalho e Todas as Formas de Discriminação (Ato Administrativo 1057/2021).
O objetivo, segundo ela, é criar estratégias para coibir as diversas práticas discriminatórias na instituição, incluindo as ações de distinção, exclusão ou restrição, seja direta ou indiretamente, vinculadas aos aspectos de orientação sexual, identidade e expressão de gênero.
“A política institucional contempla um fluxo que prioriza o acolhimento e a saúde do/a integrante e prevê as possibilidades de formalização da notícia nas instâncias administrativas. Uma cartilha com informações sobre prevenção e enfrentamento ao assédio e outras violências laborais no MPMT também foi disponibilizada”, ressaltou a coordenadora.
A equipe do Núcleo de Qualidade de Vida no Trabalho do MPMT destaca que quando as pessoas se sentem mais seguras em relação a qualquer discriminação tendem a apresentar mais resultados. Isso se dá pelo fato de que a energia despendida pela vítima para administrar os efeitos da violência cotidiana, incluindo comentários, olhares, posicionamentos institucionais ou comportamentos pessoais, limita as possibilidades de atuação e, consequentemente, seu crescimento profissional no ambiente de trabalho.
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