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Politica Brasil
Segunda - 01 de Agosto de 2022 às 09:08

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Responsável por cerca de um quarto do Produto Interno do País (PIB) do país, o agronegócio tem sido alvo de uma intensa disputa de bastidores entre as duas principais campanhas presidenciais. De um lado, o presidente Jair Bolsonaro busca manter o contato próximo com empresários do setor, um dos pilares de sua eleição em 2018, e aliados já promoveram ao menos três encontros de arrecadação de recursos organizados por meio de grupos de WhatsApp. Do outro, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) furou o domínio bolsonarista no ramo ao atrair apoios importantes, como integrantes do grupo Amaggi, uma das maiores empresas exportadoras de soja do mundo.

Como mostrou o jornal O Globo, a estratégia petista é levar o candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB), para reuniões em estados onde o setor têm mais relevância, como no Sul e no Centro-Oeste. O próprio ex-presidente, contudo, tem se empenhado pessoalmente em tentar reduzir sua rejeição com atores relevantes do grupo.

Proprietário da Petrovina Sementes, uma das dez maiores empresas de sementes de soja do Brasil, com faturamento anual de R$ 500 milhões, Carlos Augustin esteve com Lula em 20 de janeiro. Em duas horas de conversa no escritório do advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin, em São Paulo, ouviu de Lula que, aos 76 anos e saído da prisão, não retornaria ao Planalto para revanchismo. Ele prometeu que faria um governo de pacificação e de centro. Na sequência, segundo Augustin, perguntou o que poderia fazer para se aproximar. Augustin disse ter saído da reunião sensibilizado.

Foi uma surpresa o que ele disse. Aquilo me tocou — afirmou o empresário

A semente plantada por Lula em janeiro deu frutos recentemente. Há duas semanas, Lula e Augustin voltaram a se encontrar, desta vez em um hotel em Brasília, quando o ex-presidente recebeu o apoio do senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT) e do deputado Neri Geller (PP-MT), ligados ao agronegócio. A aliança foi avalizada por outro empresário relevante do setor: Blairo Maggi, ex-ministro da Agricultura e filho da empresária Lucia Maggi, fundadora do Grupo Amaggi, apontada como a mulher mais rica do Brasil pela revista “Forbes”.

Apesar do flerte de integrantes do agro com Lula, a ex-ministra da Agricultura Teresa Cristina (PP), candidata ao Senado pelo Mato Grosso do Sul, afirma que o presidente tem apoio majoritário entre os produtores rurais. Pressionada por líderes do Centrão, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ela passou a organizar eventos com empresários do setor mirando a arrecadação para a campanha. O ex-senador Cidinho Santos a tem ajudado na tarefa.

Enquanto Bolsonaro e Lula disputam apoios, os demais candidatos, como Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), ainda buscam interlocutores com setor. Os dois discutem internamente propostas que despertem o interesse do agro para suas campanhas.





Fonte: Extra

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